segunda-feira, 2 de junho de 2014

8º Aniversário da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil



8º Aniversário da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil.
Requalificação e Inauguração do Monumento aos Combatentes mortos em combate.
31 de Maio de 2014
ARGANIL

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Convívio Nacional de Marinheiros e Ex-Marinheiros da Armada.


O Núcleo de Marinheiros de Arganil vai organizar a ida de um autocarro para o 37º Convívio Nacional de Marinheiros e Ex-Marinheiros da Armada.

Inscreve-te leva os teus familiares e amigos até 10 de Junho:
Zé Gomes - 963018181
Zé Guerreiro -  966418569
e ainda ao Rui Mota e Mário Gomes

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mês de Maio em ARGANIL há convívios de Combatentes do Ultramar


Realce para o aniversário da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil
O mês de Maio vai ser fértil em convívios da parte de Batalhões e Companhias que prestaram serviço militar nas antigas Províncias Ultramarinas, duas das quais vêm participar nas comemorações do aniversário da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil.

COMANDO DE AGRUPAMENTO 1990 e COMPANHIA DE CAÇADORES 1504 (Batalhão 1878) – As duas unidades militares actuaram: a primeira em Tete e Beira; a segunda na Zambézia e depois em Moeda, e vêm participar, no dia 31 de Maio, nas comemorações da Associação arganilense. Para qualquer informação contactar 966 426 666 (José Vasconcelos).

BART 2869 – Este batalhão, que esteve no Niassa (Moçambique), vem até nós no dia 10 de Maio, e ao mesmo tempo os seus elementos vêm assistir à inauguração da plantação de 1.200 árvores que foram efectuadas recentemente na freguesia de Secarias, com descerramento de placa alusiva ao acontecimento. Antes será colocada uma coroa de flores no Monumento dos Combatentes e o almoço será realizado no Restaurante «O Manjar», na Portelinha (Arganil). Este convívio é organizado pelo barrilense António Silvestre Figueiredo, que para qualquer informação podem contactar: 934 022 371 (Zé Motor) e 917 155 240 (Tonecas Figueiredo).

COMPANHIA DE CAÇADORES 1457 (Batalhão de Caçadores 1865) – Também no dia 31 de Maio, esta unidade, organizada este ano e comandada por Ismael Almeida, terá o ponto de encontro, pelas 10 horas, no Subpaço/Parque Verde, visitando-se a vila, com passagem pelo Monumento aos Combatentes e celebração de missa, pelas 11 horas, na Igreja Matriz de Arganil. O almoço é realizado em Coja, no Restaurante «O Lagar».


ZÉ VASCONCELOS.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A requalificação do Monumento é a operação da Associação focada para Maio


Foi no dia 29 de Março findo que a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil reuniu as suas tropas em redor de uma assembleia-geral que teve como missão, a de paz e convívio, discutir e aprovar as contas, que tal como já referimos, é mais uma colectividade que sabe orientar e investir os dinheiros que os seus sócios e amigos vão disponibilizando. Porém, o mais importante que se avizinha e ali vincado, com algumas 
notícias a dar um lamiré é o que vai ser o dia 31 de Maio, em momento de aniversário, tendo como pano de fundo a inauguração da requalificação do Monumento, no Sobreiral, onde vão constar forte e vincadamente apetrechos que marcaram e marcam ainda a força de defesa e também de ataque das nossas tropas. Sabemos que neste evento vão estar presentes altas personalidades militares e civis, inclusive militares que, de diferentes partes do país, pertencerem a duas unidades que estiverem em missão em Moçambique, e aproveitarão esta comemoração para celebrar também o seu convívio anual.
E foi em ambiente de amizade, com a presença de elevada presença de sócios, que as contas foram aprovadas por unanimidade, tanto mais sabendo que o saldo, depois de verbas ainda avultadas despendidas, se somou um saldo para 2014 de 638,92 euros, tendo como receita 19.934,57 euros e uma despesa de 19.295,65 euros. A verba mais avultada em termos de gastos, de 1.678,45 euros, ficou a dever-se à aquisição de balcões metálicos, arca frigorífica, bandeiras estampadas, incluindo a bordada, que ambas serão inauguradas no dia 31 de Maio, não falando na restauração do material bélico que vai ser instalado no monumento, incluindo os canhões, no valor de 315,81, tendo em atenção o voluntariado que alguns sócios e amigos têm proporcionado na respectiva restauração. Há que registar também a verba de donativos, que atingiram 1.055,46 euros, e verba da quotização, que se ficou nos 1.786,50 euros. Também os convívios e a abertura da sede têm permitido boas receitas e com elas permite que a Associação leve uma vida financeira saudável.
Há que sublinhar o bom trabalho que o tesoureiro da Associação, José Gomes, tem desenvolvido e pela apresentação das contas, como o fez, denota que o seu amor à causa do Combatente é mais do que patente, referindo ainda que em relação ao ano de 2014, a receita será de 14.638,92 euros e a despesa 13.900 euros.

Os presidentes falam de modificações
O presidente da assembleia-geral, Leonel Costa, falou do material bélico que se conseguiu obter junto da Câmara Municipal da Figueira da Foz, dois canhões antigos abandonados naquele município, que foram doados e colocados aqui sem qualquer encargo, salientando das dificuldades que têm encontrado, junto do Exército, obter seja o que for e por isso, como disse, a oferta figueirense «ultrapassou as nossas expectativas», o mesmo não tendo acontecido da parte da Força Aérea e da Marinha. Com estas ofertas, como afirmou Leonel Costa, «vamos ter três armas para colocar no Monumento e mais uma para colocar na sede da Associação, o canhão maior».
Quanto às informações do presidente da direcção, António José Travassos de Vasconcelos, elas foram no sentido de informar que a Associação vai ficar mais bem identificada, com identificação colocada junto à sede, bem como está a ser estudada a possibilidade de colocar um mastro na fachada da sede para posterior colocação das bandeiras da Associação, Município e a Nacional, que serão hasteadas em dias marcantes, com mais incidência aos domingos. A ampliação do Museu é outra satisfação que o presidente deseja ver concretizada, tendo em atenção o material que há para essa ampliação, dado que há sócios que têm entregado ofertas para que force a que esse projecto seja atingido. António Vasconcelos, depois de desfiar as actividades que ocorreram durante o ano, com saliência para as presenças no Mont’Alto, dia 15 de Agosto e Feira do Mont’Alto, bem como a passagem de ano e o Carnaval, não deixou de salientar o papel que as anteriores direcções tiveram e foi também por esse seu amor à causa que hoje «estamos a beber dessa sua boa administração».
E o Conselho Fiscal, na pessoa do seu presidente José Carlos Trindade Ventura, vincou também a boa administração que tem sendo seguida pela Direcção e por isso reconheceu a sua actividade com a atribuição de um voto de louvor, atribuindo outro voto à imprensa local, nomeadamente «A Comarca de Arganil» e Rádio Clube de Arganil, pelo seu bom desempenho jornalístico em relação das actividades da Associação, votos que tiveram o aceno unânime dos sócios, ampliados com aclamação.

Um ano cheio de actividades
O presidente António Vasconcelos apresentou o plano de actividades para 2014, as quais não diferem muito das anteriores. O aniversário será celebrado em 31 de Maio, tendo como referência a inauguração da requalificação do Monumento aos Mortos do Concelho; ida a Lisboa para assistir às cerimónias do 10 de Junho, como aliás já vem sendo hábito; a realização da tradicional sardinhada pelos Santos Populares, em Junho; presença no dia 15 de Agosto no Mont’Alto (romaria de Nossa Senhora) e em Setembro na FICABEIRA; organização de uma excursão no final de Setembro em itinerário a combinar, aceitando-se sugestões; 1 de Novembro a habitual lembrança dos mortos em combate, com colocação de flores nos monumentos de Arganil, Pomares e Abrunheira (S. Martino da Cortiça); realização do tradicional magusto em Novembro; encerrando o lote de actividades com a Passagem do Ano, em 31 de Dezembro.


ZÉ VASCONCELOS

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Marinha de Guerra Portuguesa



Medalha comemorativa do 50.º aniversário da incorporação de Abril de 1964

Já que a Marinha de Guerra foi uma aliada importante do Exército, da qual todos os seus elementos se davam bem e continuam a dar, numa aliança forte entre o Núcleo de Marinheiros e a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, onde a sua marca é forte em termos de haveres acomodados em Museu na sua sede, que é de todos e também da Força Aérea, os conterrâneos da Beira Serra, que fizeram parte da incorporação de Abril de 1964 como José Gomes, Amândio Coelho, Acácio Almeida, Rogério Tavares, António Cunha, Alfredo Brás e outros, deixam o convite para os que queiram comparecer que pertenceram a este recrutamento e não tenha sido contactado, ainda poderá fazer parte do almoço comemorativo que se vai realizar em Vale Milhaços (Almada), no dia 12 de Abril, contactando o «Filho da Escola», José Gomes, em Arganil, ou pelo telemóvel 963 018 181.
A fim de vincar a efeméride, foi mandada cunhar uma medalha, que vai a ilustrar este pequeno escrito.

JOSÉ VASCONCELOS.

Comemoração dos 50 anos Filhos da Escola - Recrutamento de 64

Filhos da Escola, Recrutamento de 64, vão comemorar os 50 anos dia 12 de Abril



quinta-feira, 27 de março de 2014

Relógios adiantam uma hora no próximo domingo


A hora portuguesa será adiantada na madrugada do próximo domingo, 30 de Março, para entrar no regime de Verão, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
Em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira à 01h00 da manhã de domingo, os relógios portugueses adiantarão para as 02h00.
Na Região Autónoma dos Açores, a mudança horária ocorre à meia-noite (hora local, mais uma no continente) e adianta para a 01h00.
Com o horário de verão os dias tornam-se mais longos, devido à posição da Terra em relação ao Sol.
A mudança horária seguinte em Portugal será feita para a hora de Inverno no dia 27 de Outubro, com um atraso de 60 minutos da hora local.
Portugal continental e a Região Autónoma da Madeira estão no mesmo fuso horário do Reino Unido, Irlanda, Islândia e das Ilhas Canárias, em Espanha.


terça-feira, 18 de março de 2014

FELIZ ANIVERSÁRIO


Hoje o nosso Presidente comemora o seu aniversário
Parabéns a você
Nesta data querida
Muitas Felicidades
Muitos Anos de Vida

Abraço Fraterno Malangatana

hehehe Brincadeira de Militar

terça-feira, 11 de março de 2014

segunda-feira, 3 de março de 2014

37º Almoço Convivio de Marinheiros e Ex-Marinheiros da Armada


ATENÇÃO Filhos da Escola
Almoço Convivio de 2014.
divulgação aos filhos da escola e amigos.

domingo, 2 de março de 2014

Carnaval ACCA


Foi assim mais uma noite de folia.
Associação de Combatentes do Concelho de Arganil mostrou o seu melhor a todos os participantes.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Combatentes de Arganil vão «mascarar-se» em Quadra Carnavalesca



20 Balas p/ Pessoa

O dia 1 de Março é mais uma jornada de convívio que a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil vai levar a efeito, a partir das 20 horas, na Cerâmica Arganilense. Trata-se do Baile de Carnaval, que terá como animador o Trio GOMAPE - «Cherry on Top», de Arganil, que pela primeira vez actua em público. Por este facto será uma das atracções da noite, noite que terá como acompanhamento um jantar, para o qual a Direcção da Associação deseja que sejam muitos os participantes, para que a noite, apesar da crise existente, não esmoreça, porque «tristezas não pagam dívidas». 
Podem fazer as suas inscrições através dos contactos:
964 861 328 (Presidente António Vasconcelos)  
963 018 181 (Tesoureiro Zé Gomes).

JOSÉ VASCONCELOS

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

46 anos depois… de Moçambique a Almeirim


Novamente em convívio o Batalhão de Caçadores 1878

Foi no ano de 1966 que o Batalhão de Caçadores 1878 zarpou do Cais de Lisboa com destino ao centro de Moçambique (Zambézia). Depois de um ano naquele espaço do território moçambicano, abalou até ao norte, à zona de Moeda, mais propriamente a Nangololo, de onde se expandiram as suas companhias, para Miteda, Muidumbe e Nancatar, acabando a comissão de patriotismo em Montepuez, de onde saiu em Fevereiro de 1968, com destino a Lisboa, desde o cais de Porto Amélia.
Decorridos que são 46 anos, as mesmas forças, agora fragilizadas com a perda de alguns (muitos já) dos seus militares, na reforma civil, teimam em manter a chama da união e da amizade que naquelas terras se viveram. Assim, a comissão, formada por Manuel Tomé, natural de Amoreira (Pampilhosa da Serra) e Francisco Sabino Lopes, continuam em não deixar perder a chama que ainda resta de alguns se irem encontrando, quanto mais não seja para sentirem o calor da amizade que ainda perdura, apesar dos 46 anos decorridos.
A operação da saudade e do fortalecimento de sentimentos, que está aprazada para o dia 16 de Março, terá lugar em Almeirim, no Restaurante Moinho do Vento, n.º 12. As inscrições, ao preço de 21 euros (adultos) e 10.50 euros (crianças com mais de 4 anos até aos 8 anos), podem ser feitas através de: Manuel Tomé – Rua Carvalho Araújo, 20-A – 1900 Lisboa; e Francisco Sabino Lopes, Rua de Angola, n.º 23-1.º, Esq. – 2735-231 Cacém.
JOSÉ VASCONCELOS


NOTA: Segundo os organizadores, a partir do dia 10 de Março já não se aceitam mais inscrições.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Amigo e sócio da Associação não resistiu às garras da morte



Decorria o dia 3 de Janeiro e a parte da tarde foi fatal para um sócio e amigo da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil. Doença cerebral (aneurisma) não permitiu que ANTÓNIO MANUEL BRÁS, com apenas 57 anos de idade, continuasse a gozar as nossas instalações e a participar nas organizações da Associação, como tinha participado, com a família, na Passagem de Ano, com tanta alegria, tanto regozijo. Foi a enterrar no dia 9 deste mês de Janeiro. Militar garboso da Guarda Nacional Republicana, tinha em 2012 passado à reserva. Centenas de pessoas, entre elas camaradas da GNR, antigos comandantes e outros superiores que com ele privaram, estiveram presentes, tanto no velório, realizado na capela de Nossa Senhora da Luz, nas Barras, terra onde tinha vivia, como depois no funeral, em direcção ao cemitério da sede da sua freguesa, Candosa, pois era natural de Várzea.


Dois momentos impressionaram a enorme multidão. Primeiro, o transporte da urna, que ia coberta pela Bandeira Nacional, pela farda de gala e da boina de paraquedista, pois o Brás também se honrava de ter pertencido aos boinas-verdes, por amigos e antigos colegas do Posto da GNR de Tábua, em cujo quartel permaneceu mais de vinte anos, depois de ter passado por Alpedrinha e Arganil; segundo, quando o caixão baixou à terra o som estridente das salvas de tiros verificados. Esta situação impressionou bastante, porque a maior parte, sobretudo os que se envolveram na chamada Guerra do Ultramar, sabe avaliar o que foram e são estes momentos. Não houve ninguém que não vertesse lágrimas de amargura e de dor, tanto mais que o António Brás foi sempre um militar e cidadão íntegro, honesto, humilde, coração bondoso, um bom conselheiro, amigo do seu amigo. Por isso é que a esposa, Dr.ª Margarida Alexandra Lourenço Almeida Travassos Vasconcelos e Brás, antes do ataúde ser levado para a sepultura, em breves palavras, vincou isso mesmo: que todos lhe sigam o exemplo, pois ele sempre defendeu e cumpriu com orgulho, honra e humildade o desígnio da GNR: a Lei em prol da Grei.






Recorde-se que o Brás foi também caçador e motard e por isso estas duas facetas também lhe granjearam muitas amizades, para além de ter pertencido às forças especiais da GNR, durante quatro anos.
E para que fique vincado o que na verdade foi a figura do GNR António Brás, aqui fica o louvor que lhe foi conferido em 13 de Julho de 2006.
É um louvor que honra qualquer cidadão militar, da forma como é lavrado, contendo uma leitura muito honra e dignifica a quem é dirigido.
Numa atitude louvável, a viúva de António Brás ofereceu a boina dos para-quedistas à Associação, a qual vai ficar em lugar especial, bem como o louvor, enriquecendo assim o já importante e diversificado museu que a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil.
Numa atitude louvável também, a Associação, em reunião recente, aprovou um voto de pesar em memória de António Brás, que ficou exarado em acta.


Também os corpos sociais da Associação estiveram em peso no acompanhamento do malogrado Brás, à sua última morada.

Zé Vasconcelos

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Fim de Ano 2013 - 2014



Mostra fotográfica deste evento da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

De Sul a Norte de Moçambique passando pelo Centro do País

A Companhia 1054 («Nós ou Ninguém»)  vai diminuindo

Fez 48 anos no passado mês de Novembro (1966), que o Batalhão 1878, depois de Santa Margarida, zarpou de Lisboa com destino a Moçambique, com espírito de missão pátrio. Tendo como destino Zambézia, com alguns meses de permanência, o Batalhão seguiu para Nangololo, em pleno Vale dos Macondes. A sede ficou instalada na antiga missão, enquanto as Companhias 1052 ficava em Miteda e a 1504 se instalava em Miudumbe, no distrito de Cabo Delgado. Antes de regressar à Metrópole, no final de 1967, a Companhia foi aquartelar-se em Montepuez e em Fevereiro de 1968 saiu daqui em direcção a Porto Amélia e dali em paquete, disseram adeus a terras moçambicanas e chegaram quase um mês depois ao chão pátrio: Lisboa.

Após de 48 anos o toque a reunir foi em Coimbra
Se o Batalhão todos os anos tem reunido as suas tropas, nem todas, como é de calcular, porque alguns já não fazem parte dos vivos, a Companhia 1504 tem sido excepção, porque individualmente escolhe duas datas para se reunir todos os anos. Uma em Lisboa, e outra fora da capital, em local a designar.
Este ano, a organização destinou Coimbra como local de operações. Os que vieram da zona do Porto e Lisboa, de comboio, juntaram-se aos restantes da zona de Coimbra. E foi no passado dia 20 de Novembro passado, naquela linda cidade, tendo como palco a sede da Delegação da Liga dos Combatentes, na Rua da Sofia, que lhes foi servido o rancho, nada mau, por sinal, pois teve como prato leitão assado.
No meio da alegria entre uma vintena de rijos combatentes, não podia deixar de haver quem recordasse os tempos difíceis daquela altura; e o Arão, anotando alguns tópicos, recordou aqueles terríveis cinco dias loucos, de Mabo (Zambézia) a Muidumbe, sofrendo a coluna, logo à saída de Moeda, um ataque de abelhas e entre tantos outros ataques que sofremos, recordou a ida à água para os blocos… e aquele que, vindo de Moeda, onde foram abastecer-se, mesmo à entrada do quartel, escoltados por aviões, «fomos atacados e ficámos cercados pelo fogo» e por esse facto, o comandante pediu aos condutores para que nos salvássemos, pois cada viatura levava dois bidões de gasolina». Recordou também aquele dia de muita dor e sangue, sofrido com ataque de leões, em Agosto de 1967… Em termos de alimentação, recordou os pratos fortes da altura: arroz de salsicha e dobrada brasileira. Mas quando lá chegou peixe fresco e se estava a saboreá-lo com arroz… nisto começa a cair fruta da grossa (morteirada e rajadas de metralhadora)… Mas o episódio mais triste «foi quando o nosso comandante nos chamou para nos dizer que o nosso amigo Ernesto Garcia de Oliveira («O Bairro Alto») tinha morrido… e começou a chorar…». E todos, em sentido, com lágrimas nos olhos, recordaram-se os que já nos deixaram: Carneiro, Rodrigues, Cordeiro, Beja, Xeta, Dácio, Paço d’Arcos, Fidalgo (de Penalva de Alva), Mariano, Marrinho, Barreto, Dantas Batista (padeiro) e outros que não sabemos.
Desta Companhia, da região, fazia parte não só o Fidalgo, mas também o Manuel Tomé, de Amoreira (Pampilhosa da Serra), José Vasconcelos (Arganil) e de Coimbra, entre outros, o Pinto Ferreira. Também o Zé Rodrigues (o Cintra), que foi casado em Arganil, faz parte do grupo, bem como o Portugal, que casou no Barril de Alva.



No final do almoço, foi tirada a foto da família e com ela tocou a dispersar, pois todos tinham que seguir os seus destinos, já que o comboio não esperava. O abraço forte entre todos foi marcante, sem que uma lágrima, cada um, não tivesse vertido. Entretanto, foi recebido um telefonema do nosso comandante Jónatas, que não podendo estar presente, por motivos de saúde, em voz alta deixou palavras de muita amizade e de incentivo para que estes convívios jamais acabem, pois estará sempre, como no passado, com todos e para todos deixou um abraço de grande comandante que foi e que continua a ser considerado e estimado.




Ficou decidido que o convívio de 2014, fosse organizado em Arganil. E os organizadores indigitados vão fazer os possíveis para que esta união se mantenha e os verdes anos sejam recordados com intensidade, mas também com saudade… apesar de tudo. E tudo se irá conjugar para que esta Companhia venha assistir ao aniversário da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, no Mês de Maria.

JOSÉ VASCONCELOS

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

N A T A L


A Associação de Combatentes do Concelho de Arganil deseja a todos os seus 
Associados, Familiares e Amigos um SANTO E FELIZ NATAL

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Associação de Combatentes do Concelho de Penacova

A Associação de Combatentes do Concelho de Penacova foi fundada há dois anos. O primeiro ano foi assinalado com a inauguração do monumento implantado no coração de Penacova e este ano, ou seja no passado dia 1 de Dezembro, foram novamente recordados os mortos na chamada Guerra do Ultramar, em cuja refrega morreram vinte penacovenses. Alguns não voltaram, porque as suas famílias não tendo 10 contos para pagar a trasladação, por lá ficaram sepultados, «em locais inóspitos e de difícil acesso, sem caixão, nem honras de funeral, como se fossem animais», referiu o presidente da Associação, Alfredo Fonseca, na altura da sua prelecção junto ao monumento, que aproveitaria para citar os seus nomes, que cada um dos presentes exclamava PRESENTE!... e no final foi recomendado um minuto de silêncio, respeitosamente acatada a decisão.


Como continuaria o presidente, e perante camaradas combatentes e familiares, «é por todos estes, cujos nomes estão aqui imortalizados neste Memorial, que aqui nos encontramos para lhe garantir se são vítimas do esquecimento por quem tinha o dever de os lembrar e honrar (a Pátria Portuguesa), não seremos nós, pois é por eles que aqui estamos a expressar-lhe os nossos sentimentos e a pedir a Deus que os tenha em glória». De seguida chamou um a um pelos seus nomes: José Fernando Almeida Brito (Quintela – S. Pedro de Alva), Adelino Silva Costa (Monte Redondo – Figueira de Lorvão), Adosindo Carvalho de Brito (Boas-Eiras – Penacova), Albino da Silva Martins (Boas-Eiras – Penacova), António dos Santos Marques (Aveleira – Lorvão), António Ferreira (Coiço – Oliveira do Mondego), Arménio Oliveira Alves (Miro – Friúmes), Carlos Alberto Brás das Neves (Lufreu – S. Pedro de Alva), António Marques Pereira Fonseca (Rebordosa – Lorvão), Carlos Batista Alves (Vila Nova – Penacova), Fernando Marques Pinto (Vale do Tronco – Friúmes), Floriano da Silva (Lavradio – Oliveira do Mondego), Henrique dos Santos Cabral (Ponte – Penacova), José Lucas Barros de Carvalho (Rebordosa – Lorvão), Leonel Ferreira Rosas (Travanca do Mondego), Manuel Bernardes (Granja – Figueira de Lorvão), Manuel da Silva Vilas (S. Mamede – Lorvão), Manuel dos Santos Tomé (Lorvão), Mário Henriques Santos (Carregal – Friúmes) e Bento Lemos Esperança (Lorvão).



Depois desta primeira operação, de saudade, todos rumaram à Quinta da Nora, situada em Miro, onde foi realizada a assembleia-geral da Associação, presidida pelo seu titular, António Martins Coimbra, ladeado por Vítor de Jesus Lopes, António Ferreira Simões e Alfredo Fonseca.
Aprovadas que foram as previsões financeiras para 2014, que dão um total de 3.330,00€, entre receita e despesa, foi anotado que a Associação irá comprar uma bandeira, que custará 450€. A despesa com o monumento cifrou-se em 3.540€, totalmente pago.
Em relação às actividades para 2014, há que manter uma forte interligação com outras Associações dos concelhos vizinhos e promover, no mínimo, dois convívios anuais, «a fim de promover e fortalecer a amizade entre todos os combatentes e dar graças a Deus por estarmos vivos».


De seguida teve lugar o almoço de convívio, onde o presidente da direcção da Associação voltou a usar da palavra para, entre outras coisas, agradecer às autarquias que com a Associação têm colaborado, particularizando o papel da Câmara Municipal de Penacova e outras pessoas que trabalharam para a criação da Associação.
Um dos mentores da criação da Associação, António Martins Coimbra, falou sobre as vicissitudes porque passaram, logo «os nossos governantes e muito povo português depressa se esqueceram dos milhares de militares que morreram no ex-Ultramar, assim como dos milhares de feridos, viúvas e órfãos, espalhados por esse país fora». Referiu ainda «aqueles que tanto sofreram, mas que com alguma sorte muitos regressaram da guerra, os ex-combatentes que continuam a pagar um elevado preço psicológico por terem vivido situações de extremo stresse durante a Guerra do Ultramar», numa guerra que, «quando nos preparavam para ela, ninguém nos informava se a guerra era justa ou injusta, a nação precisava de nós e como tantos outros jovens, eu disse presente».
O Presidente da Câmara de Penacova, Humberto Oliveira, um jovem enquanto decorria a Guerra do Ultramar, e que a viveu através de seu pai ter sido combatente, falou daqueles homens maduros a quem «a minha geração muito deve a sua existência», que depois da guerra aquilo que se tem, e apesar da crise, vivemos num país melhor do que das décadas de 60 e 70, devendo-se este bem-estar também a essa geração que passou dois anos mais lentamente do que agora. Foram homens, como disse, que deram o melhor de si à Nação, como país, que as circunstâncias da altura assim o exigiram e que daqui a 50 anos sejam melhores e que haja jovens como estes, que «há 40 ou mais anos atrás tentaram fazer».


Nesta cerimónia estiveram presentes a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar, com sede em Tondela e Delegação de Coimbra da Associação de Comandos.

ZÉ VASCONCELOS.

domingo, 24 de novembro de 2013

FIM de ANO - ACCA


40 tiros por pessoa

EMENTA

Marcações:
António Vasconcelos-964861328
Zé Gomes-963018181 
Leonel Costa-961119239

40 tiros por pessoa

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Magusto 2013


A Associação voltou a demonstrar vitalidade

A Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, não esqueceu mais uma tradição. Como nos encontramos na época de magustos, tendo em lembrança S. Martinho, a sua direcção voltou a cumprir com o seu programa e no dia 17 de Novembro, na sua sede, na Casa do Cantoneiro, organizou um magusto. Porém, antes das castanhas, umas febras, com boa pinga, não foram rogadas. Alguns sócios e amigos estiveram presentes, com os quais a Associação vai dando vida ao Bairro do Prazo com as suas iniciativas.
Este convívio teve também o objectivo de mostrar que o exterior do edifício foi pintado, dando-lhe um ar mais lavado e digno da Associação que alberga. Foram cerca de três mil euros que foram despendidos e só com estes e outras iniciativas se poderá manter a chama viva do da Associação, que todos os domingos, a partir da tarde, abre a sua sede e nela se convive durante agradáveis horas.


ZÉ VASCONCELOS

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Do centro ao norte de Moçambique passando por Coimbra

Companhia de Caçadores 1504 em convívio

Este o símbolo da Companhia que ainda se encontra em Muidumbe, em plena terra dos Macondes, que tem como slogan, «Nós ou Ninguém»

Segundo a Ordem de Serviço N.º 2/2013, proveniente da Região Norte, Centro e Sul, datada de 24 Outubro 2013, que me foi enviada pelo Carlos Correia, de Gaia, determina e manda publicar que os militares da Companhia da Companhia de Caçadores 1504, do Batalhão 1878, que esteve em missão de serviço em Moçambique (Zambézia e zona de Mueda), entre 1966-1968, são “desafiados” para participarem em mais um almoço, desta vez em COIMBRA, a realizar no 20 de Novembro 2013, quarta-feira, na sede da Liga dos Combatentes, na Rua da Sofia.
Aconselha-se os participantes, a fazerem a viagem de ida e volta, de comboio, segundo os horários disponíveis. A chegada dos comboios a Coimbra será entre as 10.45 e as 11,30 horas,  e o regresso será pelas 18.30 horas. Portanto, vão ser cerca de sete horas de curso de formação acelerada.
Os interessados neste regresso ao passado, devem contactar o Arão (214373492), o Correia (220945766) ou o Pinto Ferreira (239702859) o mais breve possível, para se montar tenda de campanha em função do número de presenças e passar os respectivos passaportes de fim-de -semana e dispensa do toque d´ordem.
Recorde-se, que devem vestir a farda nº 1, ter as botas a brilhar, o cabelo cortado e a barba bem aparada.
Poderá haver necessidade de distribuir ração de combate n.º 20 Tipo , (bolacha de água e sal, noguet , lata de atum e chouriço com bolor).
Ficamos a aguardar contactos e até lá podem fazer, firme, sen...tido, des…tru…çar.
Recordamos que desta companhia faziam parte elementos de Pampilhosa da Serra, Arganil, Barril de Alva e Penalva de Alva (este infelizmente falecido).

ZÉ VASCONCELOS

domingo, 10 de novembro de 2013

Combatentes de Arganil à roda de magusto


São as castanhas assadas e água-pé que vão levar, mais uma vez, até à sede da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, o convívio e amizade, a realizar no domingo, dia 17, a partir das 16 horas. No momento que a sua sede (Casa do Cantoneiro) anda em obras de conservação, seria bom que a maior parte, os que vestiram farda ou não, subissem até ao Bairro Prazo para com todos conviver e ao mesmo tempo colaborar nas iniciativas que a Associação tem em mãos, inclusivamente a colocação de símbolos que emergem da história da presença de cada um em terras africanas.

ZÉ VASCONCELOS

sábado, 9 de novembro de 2013

Ex-combatente luta contra stress de guerra


O Nosso Associado e Amigo, Abilio Cardoso enviou-nos um artigo publicado no Jornal Oeste Online, em 18 de Agosto de 2008 e que nos parece de interesse para todos os Combatentes.
deixamos para leitura. 

José Morgado Vieira foi incorporado em Janeiro de 1973 em Vendas Novas, no curso de sargentos milicianos. O comandante do quartel era o coronel “Oliveirinha”, dos Comandos. “Era a tropa mais especial que havia e nós também a tivemos”, conta José Vieira.
“Para mim, o primeiro confronto de “guerra” foi ainda cá em Portugal, por causa da preparação. Tive uma “guerra psicológica”, que transformou o meu ego numa máquina de combate, em que me tiraram todos os valores, nos seis meses de formação no curso”, sublinha.
“Prepararam-me para a guerra colonial como uma máquina de matar e destruir. O inimigo era para abater sem contemplações, quase como o Hitler quis fazer aos judeus. Fomos completamente destroçados de todos os nossos valores culturais, sociais, familiares e de amizade. Tudo isso nos roubaram através do sofrimento e da dor, do passar fome e sede, de não nos deixarem dormir. Foi uma tortura psicológica. Foi a principal “guerra” por que passei, mais do que a “guerra balística”", conta.
Durou seis meses. Como sargento ministrou duas recrutas. Ao fim de um ano, quem não era mobilizado para as colónias já não ia e ficava. Quando faltavam apenas onze dias para passar à desmobilização, a 19 de Dezembro, é chamado para arrancar para Moçambique.
“Estranhei a situação, mas informaram-me de que eu ia em rendição individual, isto é, ia substituir alguém que tinha sido morto”, comenta.
Na altura era furriel miliciano de artilharia. Não tinha destacamento, porque foi sozinho. Isso fez com que tivesse uma entrada diferente em Moçambique.
“Deram-me um bilhete de avião e não sabia qual era a minha missão. Tinha 21 anos e os meus familiares ficaram apreensivos. Apesar de trabalhar em Lisboa eu era um moço da aldeia e também não sabia o que me esperava nem para onde é que ia. Era tudo sigiloso”, recorda José Vieira.
“Fui num avião civil. Era a primeira vez que andava avião. Não conhecia ninguém. Quando cheguei a Moçambique, à cidade da Beira, não sabia o que havia de fazer. Encontrei paraquedistas portugueses que estavam de serviço no aeroporto e disseram-me para apresentar nos Adidos. Mandaram-me para a messe de sargentos e aguardar por novas ordens. Ali aguentei oito dias, à espera. Recebo então a informação para ir apanhar o avião para Tete, a 27 de Dezembro”, relata.
Passou-se o mesmo em Tete, que era conhecido como o “cemitério dos brancos”. Foi para os Adidos à espera da colocação definitiva. Passaram-se dez dias até lhe dizerem que ia de boleia, numa aeronave uni-motor de distribuição de correio, para o quartel de Gago Coutinho, no norte do distrito de Tete, a três quilómetros da Zâmbia.
“Tive então a minha prova de fogo, numa povoação só com palhotas e um quartel feito de zinco. Tinha uma companhia de 120 homens à minha espera. Quando aterrámos, numa pista de terra batida, os homens – que já tinham um ano de guerra e muitos deles já estavam loucos por aquilo que tinham passado - abeiraram-se de mim e massacraram-me com perguntas: “O que é que vieste para aqui fazer? Não tiveste coragem de fugir? Vens para aqui morrer como nós?”, lembra o ex-militar.
“O que eu vi na cara deles foi pessoas já desumanas. Houve um cabo que me agarrou no braço, levou-me à enfermaria e disse-me: “Tu vens substituir aquele que está no caixão. Vens fazer a vez do furriel Leal, que está à espera de embarque para Portugal, onde será o funeral”. Fiquei abaladíssimo e disse para mim que já não voltava mais ao meu país”, refere.
O furriel Leal era atirador de artilharia e morreu num combate que a Frelimo fez ao quartel. “A Frelimo atacava-nos desde o território zambiano e nós não podíamos ripostar, porque não podíamos estar a atacar outro país”, sustenta.
“Fui chamado à secretaria pelo capitão José Lopes, comandante da companhia de artilharia (CART 7251), que pôs-me ao corrente do que eu ia fazer e disse-me que eu tentasse pelo menos salvar a minha vida. Tive o alferes Escoval como meu comandante de pelotão e como colega o furriel Poejo, que me deu apoio psicológico”, descreve.
Segundo José Vieira, “estávamos num ponto estratégico”. Era o único quartel junto à fronteira com a Zâmbia. A principal missão era não deixar a Frelimo entrar em Moçambique. Junto ao quartel havia três povoações de nativos – Gago Coutinho, Nhassaula e M’peua - com cerca de 700 habitantes, que se consideravam portugueses. “Estávamos ali a guardar as povoações dos ataques”, indica.
O ex-combatente conta que “estivemos debaixo de fogo várias vezes. Tínhamos um indiano, que passava a palavra da Frelimo para nós. Era o intermediário que nos avisava que íamos ser atacados”.
No dia 1 de Março de 1974 houve um ataque enorme ao quartel de Gago Coutinho, com 250 homens da Frelimo. Os canhões sem recuo, com morteiros de 122 mm, foram colocados no morro da fronteira com a Zâmbia e eram manejados por chineses. “A sorte do nosso quartel foi que só duas granadas é que caíram dentro do quartel, as outras passaram por cima, senão teria sido um morticínio total. Nós, como tínhamos sido avisados, também já estávamos nos abrigos subterrâneos”, afirma José Vieira.
Um elemento da Frelimo, que era fotógrafo e tinha uma máquina Zenit russa, foi a cerca de um quilómetro da unidade para tirar fotos do quartel intacto e depois com o quartel destruído e com a bandeira da guerrilha. Só que entregou-se aos portugueses e avisou-os do que ia acontecer. E os militares lusos prepararam-se. Quando começou o ataque, deixaram o inimigo aproximar-se do quartel, até ao primeiro arame farpado e ao anoitecer começaram a disparar. “Ficaram lá uns quantos agarrados ao arame farpado. Da nossa companhia ainda houve sete feridos”, garante José Vieira.
Deu-se o 25 de Abril em Portugal, mas a Moçambique “nunca chegou o cravo vermelho, pelo contrário, a situação tornou-se um inferno”, desabafa o militar, apontando que “na altura estava numa operação com 23 soldados e recebemos uma mensagem via rádio a dizer que havia um golpe de Estado em Portugal. Atirámos as armas ao ar, porque pensávamos que a guerra tinha acabado. Mas não”.
“Foram ataques e mortos todos os dias a seguir, porque era a pressão total da Frelimo para com o Estado Português, de forma a conseguirem mais rapidamente a independência”, faz notar José Vieira, frisando que “enquanto em Portugal se vivia uma euforia tremenda, em Moçambique os militares portugueses foram completamente abandonados pelo Estado”.
“Fomos nós, em cada quartel, individualmente, que fizemos as tréguas com os chefes ou comandantes das bases da Frelimo, porque senão ainda hoje lá estaríamos”, alega o ex-combatente.
A base da Frelimo mais próxima era comandada por José Moiane, destacado guerrilheiro. “Enviámos cartas, através dos nativos, para acabarmos com a guerra. Não havia quaisquer imposições. Queríamos era que nos deixassem de chatear, para ficarmos lá até o Estado Português nos chamar”, refere José Vieira.
Não foi fácil. O comandante Moiane não aceitou logo, só passados alguns dias. As tréguas só aconteceram na primeira semana de Maio.
No dia 17 de Maio, a companhia recebeu ordens para sair de Gago Coutinho e ir para a cidade de Tete. Em Julho, a companhia veio para Portugal, mas José Vieira ficou lá, porque não tinha ido com os restantes militares.
“Fui para outra companhia, na ZOT – Zona Operacional de Tete, como adido. A Frelimo ocupou quartéis portugueses e eu comecei a ajudá-la a desenvolver campanhas de alfabetização na cidade, junto de miúdos e idosos. Ajudei também na organização administrativa nos quartéis e em serviços de patrulha”, revela.
“Nos piquetes juntavam-se soldados portugueses e da Frelimo, o que era uma guerra. Os portugueses não queriam estar ao lado de quem tinham combatido. Mas quem mandava era a Frelimo”, argumenta.
“Viveu-se um período a que posso chamar de “guerra das minas”, porque a Frelimo não teve tempo para retirar as minas que tinha colocado nas estradas e de vez em quando a tropa portuguesa era atingida quando passava de carro por cima de alguma. Para não se entrar na barragem de Cabora Bassa, foi toda armadilhada à volta. Ainda hoje não se sabe onde está o “croquis” desse armadilhamento e muita gente morre”, manifesta.
Ficou em Moçambique até 17 Março de 1975, altura em que veio para Portugal, após ter recebido ordens para regressar.
Recebeu uma Cruz de Guerra (medalha), mas o que mais ganhou foi a amizade dos seus companheiros de guerra – o cabo Vieira, os furriéis Poejo, Amaral, Neves e Rodrigues, os alferes Escoval e Medeiros, o capitão José Lopes e tantos outros, que se juntam anualmente.
“Nunca fui atingido, mas o ferimento que trouxe foi a claustrofobia e o stress de guerra, de que sou tratado desde a minha vinda para Portugal”, afirma.
“Não choro por aqueles 10 mil que morreram há trinta e tal anos. Choro por aqueles 400 mil que hoje sofrem do trauma de guerra, dos quais 100 mil não têm dinheiro para pagar a medicação e 30 mil estão em cadeira de rodas. A América reconheceu os seus combatentes no Vietname. A Inglaterra reconheceu os combatentes que estiveram nas Malvinas. Nós até hoje somos abandonados pelo Estado Português”, desabafa.

Francisco Gomes
Furriel de artilharia destacado em Moçambique entre 1973 e 1975, José Morgado Vieira, 56 anos, natural e residente em Tagarro, freguesia de Alcoentre (Azambuja). Casado, tem três filhos, de 13, 26 e 29 anos. Saiu de casa aos 17 anos e foi trabalhar para Lisboa como escriturário. Quando regressou de Moçambique, trabalhou numa fábrica de detergentes, foi agricultor e tornou-se bancário, profissão que exerce desde 1984, sendo gerente do balcão da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de A-dos-Francos, nas Caldas da Rainha.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Combatentes do Concelho de Penacova celebram dois anos de existência

A Associação dos Combatentes do Concelho de Penacova perfaz dois anos de existência. Foi no dia 1 de Dezembro próximo, no ano de 2011, no Restaurante por cima do Minipreço, na Espinheira, que foram eleitos os primeiros corpos gerentes e aprovados os Estatutos, seguida de tomada de posse.
Assim, é desejo da Direcção comemorar essa data com um almoço-convívio, no Restaurante da Quinta da Nora, em Miro, no dia da efeméride (1 de Dezembro).

A concentração terá lugar pelas 11.30 horas, no jardim ao lado Câmara Municipal de Penacova, para deposição de uma coroa de flores junto ao Memorial, em homenagem aos nossos companheiros que tombaram ao serviço e defesa da Pátria na Guerra do Ultramar.



Às 12 horas, já na Quinta da Nora, terá lugar a assembleia-geral, para aprovação do Orçamento e Plano de Actividades para o ano de 2014, finda a qual terá lugar o almoço, composto por entradas, sopa e um prato de bacalhau, bebidas, águas, sumos, vinhos, sobremesa e digestivos, pelo preço de 12 balas. Mas a direcção alerta que o sócio que ainda não pagou as quotas, deve ser portador na cartucheira de mais 12 munições para pagamento da quota de 2013.
A direcção pede ainda que cada um leve a sua família e outros combatentes que ainda andam à deriva.
A marcação para o almoço deve ser feita até ao dia 25 de Novembro, pelos contactos: 239 456 277 – 936 739 566.

ALFREDO SANTOS FONSECA



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Combatentes do Concelho de Arganil fizeram continência aos camaradas mortos em combate



A Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, desde a sua fundação, e desde que Pomares, S. Martinho da Cortiça e Arganil possuem no seus territórios marcos vincados, eternizando aqueles que um dia abalaram para terras africanas e morreram em defesa da Pátria, elementos dos corpos sociais têm ido àquelas localidades e colocado coroas de flores nos monumentos em cada uma das freguesias onde se encontram instalados esses marcos.
No passado sábado, dia 2, depois de Pomares, o gesto ampliou-se à Abrunheira, finalizando no monumento do Sobreiral. Na altura própria fizeram-se ouvir, em uníssono, os nomes que estão gravados nas placas respectivas.
Com tais gestos os mortos combatentes de cada uma das freguesias estarão sempre no pensamento daqueles que ainda por cá vão labutando, e souberam, também eles, quanto foi penoso os dois anos passados fora de casa, sem os afectos familiares e sem a vivência dos amigos, mas que, em contrapartida, acabaram por ampliar esse lote de novos amigos, através de momentos maus, mas também bons, por que não dizê-lo, cimentando uma amizade forte, diferente, que perdura e perdurará para sempre, entre todos os que pisaram sertão africano, em tempo de guerra.


ZÉ VASCONCELOS