Decorria o dia 3 de Janeiro e a parte da tarde foi fatal para
um sócio e amigo da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil. Doença
cerebral (aneurisma) não permitiu que ANTÓNIO
MANUEL BRÁS, com apenas 57 anos de idade, continuasse a gozar as nossas
instalações e a participar nas organizações da Associação, como tinha
participado, com a família, na Passagem de Ano, com tanta alegria, tanto
regozijo. Foi a enterrar no dia 9 deste mês de Janeiro. Militar garboso da
Guarda Nacional Republicana, tinha em 2012 passado à reserva. Centenas de
pessoas, entre elas camaradas da GNR, antigos comandantes e outros superiores
que com ele privaram, estiveram presentes, tanto no velório, realizado na
capela de Nossa Senhora da Luz, nas Barras, terra onde tinha vivia, como depois
no funeral, em direcção ao cemitério da sede da sua freguesa, Candosa, pois era
natural de Várzea.
Dois momentos impressionaram a enorme multidão. Primeiro, o
transporte da urna, que ia coberta pela Bandeira Nacional, pela farda de gala e
da boina de paraquedista, pois o Brás também se honrava de ter pertencido aos
boinas-verdes, por amigos e antigos colegas do Posto da GNR de Tábua, em cujo
quartel permaneceu mais de vinte anos, depois de ter passado por Alpedrinha e
Arganil; segundo, quando o caixão baixou à terra o som estridente das salvas de
tiros verificados. Esta situação impressionou bastante, porque a maior parte,
sobretudo os que se envolveram na chamada Guerra do Ultramar, sabe avaliar o
que foram e são estes momentos. Não houve ninguém que não vertesse lágrimas de
amargura e de dor, tanto mais que o António Brás foi sempre um militar e
cidadão íntegro, honesto, humilde, coração bondoso, um bom conselheiro, amigo
do seu amigo. Por isso é que a esposa, Dr.ª Margarida Alexandra Lourenço
Almeida Travassos Vasconcelos e Brás, antes do ataúde ser levado para a
sepultura, em breves palavras, vincou isso mesmo: que todos lhe sigam o
exemplo, pois ele sempre defendeu e cumpriu com orgulho, honra e humildade o
desígnio da GNR: a Lei em prol da Grei.
Recorde-se que o Brás foi também caçador e motard e por isso
estas duas facetas também lhe granjearam muitas amizades, para além de ter
pertencido às forças especiais da GNR, durante quatro anos.
E para que fique vincado o que na verdade foi a figura do GNR
António Brás, aqui fica o louvor que lhe foi conferido em 13 de Julho de 2006.
É um louvor que honra qualquer cidadão militar, da forma como
é lavrado, contendo uma leitura muito honra e dignifica a quem é dirigido.
Numa atitude louvável, a viúva de António Brás ofereceu a
boina dos para-quedistas à Associação, a qual vai ficar em lugar especial, bem
como o louvor, enriquecendo assim o já importante e diversificado museu que a
Associação de Combatentes do Concelho de Arganil.
Numa atitude louvável também, a Associação, em reunião recente,
aprovou um voto de pesar em memória de António Brás, que ficou exarado em acta.