segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lembranças Marinha V

Cruzador protegido classe “Almirante Reis”


Deslocamento standard: 4000 Ton
Deslocamento máx. : 4253 Ton.

Tipo de propulsão: Máquinas a vapor

Comprimento: 114 M - Largura: 14.4M
Calado: 5.33 M.

12 x Caldeiras (carvão) ()
2 x Máquinas a vapor tripla expansão (12500cv/hp)

Tripulação / Guarnição: 432

Autonomia: 5000Km a 15 nós - Nr. Eixos: 2

Velocidade Máxima: 22 nós

Canhões / armamento principal

4 x Armstrong 152mm TR Mod.1895 (Calibre: 152mm/Alcance: 0Km)
8 x Vickers 120mm/40 m.1886 (UK) (Calibre: 120mm/Alcance: 9.05Km)
14 x Hotchkiss & Comp. 47mm/44 Mk.I Mod.1886 (Calibre: 47mm/Alcance: 7.2Km)

Incorporado na marinha de guerra portuguesa em 1899 como D. Carlos I, este foi o primeiro e único cruzador da marinha portuguesa, dado que o outro principal navio, na altura, o Cruzador-couraçado Vasco da Gama, resultou de uma conversão de um casco mais antigo, tendo igualmente uma velocidade incompatível com classificação de Cruzador.
O D. Carlos I foi o primeiro navio da marinha a dispor de telefonia sem fios, o que era ara a altura algo considerado extraordinário, sendo no inicio do século um navio tecnologicamente actualizado para os padrões da altura, embora com um deslocamento de 4000 toneladas, não fosse um cruzador de primeira linha.

Ao longo da sua vida ao serviço da marinha efectuou várias missões de soberania e de representação do Estado Português. Em 1906, ocorreu a bordo um motim, que ocorreu igualmente a bordo do Cruzador-couraçado Vasco da Gama, sem consequências de maior. Após o golpe de 5 de Outubro de 1910, foi renomeado Almirante Reis, em honra de um dos militares que apoiaram aquele golpe e que se suicidou na altura.

Em 1915 no entanto, o navio apresentava já problemas e as suas caldeiras não conseguiam manter a pressão, reduzindo assim a velocidade máxima e sustentada do navio. O navio saiu em 1916 acompanhado pelo Cruzador-couraçado Vasco da gama, pela última vez para uma viagem oceânica.

Na altura, por causa da qualidade dos metais, era comum nas marinhas de topo, a substituição periódica das caldeiras, a cada 5 a 7 anos. Em 1915, o então cruzador Almirante Reis, tinha 16 anos e as mesmas caldeiras de origem. Em 1917, com trabalhos de substituição de algumas das caldeiras, era notório que as restantes estavam igualmente em péssimo estado e que o casco e tubagens não se encontravam em condições.
A instabilidade política e financeira resultante da implantação da república, não ajudou, e o navio nunca mais sairia para o mar. Acabou rebocado para a Holanda, onde foi desmantelado.
O D. Carlos I / Almirante Reis, foi o mais poderoso navio da marinha no século XX, e embora nem de longe atingisse o poder proporcional dos galeões portugueses do século XVI, foi sem dúvida um dos mais poderosos navios da armada portuguesa nos seus muitos séculos de história.

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