terça-feira, 19 de julho de 2011

Mais um convívio que marcou pela positiva

Como antigo combatente, não quis deixar passar em claro mais uma presença nestas jornadas, porque são sempre momentos de grandiosidade, sobretudo de confraternização. Levei comigo a minha cara-metade, pois também ela, sofreu com a minha ausência durante dois anos em terras de Moçambique. Embora namorados, também se sofria…
Cheguei à linda sede da Associação dos Combatentes do Concelho de Arganil, que tão gratas recordações nos deixam, por ter sido a Casa do Cantoneiro (e continua com essa designação), onde viveram pessoas amigas e que essa amizade ainda perdura.
Chegados lá, já o Marílio, o Zé Carlos, o Zé Simões, o Artur Travassos, o António Vasconcelos estavam de volta dos assadores, onde a sardinha e as febras iam cheirando, enquanto o presidente Leonel e o Abel Fernandes iam tratando do pão, e do vinho, e o Zé Gomes, na retaguarda, ia vendo o que mais era preciso. O Manel do Tribunal, o João Pimenta no balcão do bar e o Manel Silva ia tratando dos tocadores: o sempre bem-vindo e acarinhado Zé d’Almeida e os «aprendizes»: António Pereira (Tornomoita) e o Vítor da Tasquinha.
Além do mais, a presença das mulheres foi em grande número, o que é sempre salutar e enriquecedor nestes encontros, e também os netos de alguns deram um cheiro forte de jovialidade ao ambiente.
Foi bom ver também o Manuel Vasconcelos, que de vez em quando se desloca à sua terra, desde Torres de Cotilhas (Espanha). E quando há coincidências com a sua estada, não deixa de participar nestes convívios.
Foi mais uma confraternização que marcou mais uma vez o estado de espírito da Associação, unida e forte.
Recordo quando, em 1964 ou 65, assisti à chegada do primeiro combatente da Barreira e da vila, que tinha ido para Angola, que foi o António Carriço. À sua chegada fez-se uma festa rija no lagar do Sr. Carlos Carneiro, lançando-se ao ar alguns foguetes. Também baile não faltou e uma grande merenda. Infelizmente este amigo já não pertence ao nosso número.
Aliás, daí para diante foi sempre usual que quando chegava um militar da guerra, a população recebia-os festivamente, com bailes na Casa do Povo e não só.

José Vasconcelos

domingo, 10 de julho de 2011

Sardinhada 2011

Hoje, realizou-se como estava previsto a Sardinhada anual, na nossa sede.
Com grande afluência de associados, amigos e familiares.
A Associação agradece a comparência de todos neste evento, houve alegria, confraternização, convívio entre todos os presentes.
Neste dia até os Membros dirigentes cantaram o fado, ao som do acordeões tocados pelos companheiros José de Almeida, Vitor da Tasquinha e António Pereira
A Associação de Combatentes do Concelho de Arganil agradece a todos, pelos momentos de alegria e convívio que prestaram neste evento.


José Alberto Soares - Oferece quadro

Durante a realização da Sardinhada, o nosso amigo José Alberto Soares, ofereceu à Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, um quadro pintado por ele, que vai fazer parte do espólio da nossa Associação.


Um gesto de gratidão que este nosso associado e amigo, presenteia e engrandece a nossa casa.
O amigo José Alberto Soares tem representado incansavelmente a nossa Associação junto dos três ramos das Forças Armadas em Lisboa.

Alberto Soares explicando o significado do quadra que se encontra no canto inferior direito do quadro.
"O branco representa a esperança do fim da Guerra
O preto os dias negros dos Combatentes.
Os traços as chicotadas de Cristo.
O Dourado a riqueza do Soldado"


Obrigado Amigo Alberto. Os Combatentes Agradecem.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sardinhada Anual


Conforme consta do Plano de Actividades para o ano de 2011, vai realizar-se no dia 10 de Julho de 2011 pelas 17 horas na Sede da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, no Bairro do Prazo "Casa do Cantoneiro", uma monumental sardinhada, aberta a todos os Associados, Familiares e Amigos.
Comparece e trás um Amigo.
Aproveita e visita o nosso MUSEU.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

"Esquecidos pela Pátria"

Para quem não teve hipótese de ver a reportagem da RTP1, do programa "Linha da Frente", passado naquele canal de televisão, no dia 15 de Junho de 2011, pelas 21H00. Aqui fica.

Para visualização do conteúdo clique:

RTP - LINHA DA FRENTE

No programa “Linha da Frente” transmitido pela RTP1, em 2011-06-15, ficamos nós, ex. combatentes e os telespectadores em geral a saber um pouco mais sobre o que foi a guerra no Ultramar Português, (Angola, Guiné e Moçambique) e suas sequelas, que alguns, ainda teimam em fazer esquecer, outros nem sequer falar, senti em mim como que uma revolta ver aqueles Homens ex. combatentes que lado a lado combateram junto de nós, sofreram! Como se pode ver com as marcas bem visíveis no corpo, lembro que passados quase meio século não fosse capaz de ver o drama destes ex. combatentes e muito mais o esquecimento a que por vezes estão sujeitos, é que já lá vão dez anos a viver em quartéis, longe das suas terras, de seus familiares, sem que o Estado Português reconheça aquilo a que têm direito, mas as injustiças não se ficam por aqui, pois todos sabemos que ficaram por lá muitos ex. combatentes que tombaram em combate, que até hoje não descansam em paz no seu País nas suas terras junto de seus familiares, isso me envergonha, enquanto Português e ex. combatente. Em grito de revolta digo, façam por estes Homens, algo que merecem! Que amanhã não seja tarde de mais! Depois em vez de receberem aquilo a que têm direito e por certo mais barato, recebe a família o subsídio de funeral.


José Rodrigues Firmino,
ex. Combatente na Guiné, Jolmete 1969/71 - CCAÇ 2585 (Mais Alto)


Informação de Sousa de Castro

Texto de José Rodrigues Firmino

sábado, 4 de junho de 2011

10 de Junho - Programa Geral

(Clika na imagem para ampliar)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nota de Falecimento


Faleceu dia 25 de Maio de 2011

D. Cecília Maria Castro Pereira Carvalho Supico Pinto


Antiga Presidente do Movimento Nacional Feminino,
que no próximo dia 30 completava 90 anos.
À Família enlutada, a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil,
apresenta os mais sentidos pesamos.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Comemorações do 10 de Junho de 2011



Estão abertas as inscrições para assistir ao 18.º Encontro Nacional de Combatentes, Como é habitual celebra-se junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém - Lisboa.

Visando nesse dia solene em que se celebra a Nação, homenagear, recordar e não deixar esquecer, aqueles que um dia ao longo da nossa história, tombaram e derramaram o seu sangue em defesa de Portugal.

Inscrições;

Leonel Costa - 961 119 239
Zé Gomes - 963 018 181
Zé Carlos - 967 964 368
Email: combatentes.arganil@hotmail.com

domingo, 15 de maio de 2011

Um alerta para Idanha-a-Nova

Francisco Manuel Cabral Figueiredo Alves, N.º 672/72 – 1.º Grumete, de Quintela da Azurara – Mangualde, com o telemóvel 965242270, procura José Luís Rodrigues Trigueiros, N.º 679/72 – 1.º Grumete, residente em Idanha-a-Nova, com a alcunha de «Monhé».

Aquele ex-militar, na carta que nos enviou, escreve:

Caros Amigos: Venho através da vossa Associação e se puderem pôr no vosso sítio, este meu pedido. Perdemo-nos já há perto de 35 anos e mesmo passando férias naquela terra nunca o encontrei.

Muito obrigado pela vossa atenção. Foi através de José Ricardo André que me contou a vossa missão nesse concelho e o amor e empenho que têm em prol dos Combatentes.

Estes espaços são mesmo para isto. Para nos pormos cada vez mais próximos uns dos outros.
Sempre ao dispor, seja de quem quer que seja.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Depois de 42 anos: de Moçambique a Aveiro…


Chegou-me às mãos uma carta provinda do Casimiro Calafate, de Cacia e do Abrantes da Silva, de Aguada de Cima (Águeda). Esta missiva tem por objectivo a inscrição dos que, como eu, prestou serviço militar no Sector F, mais concretamente no Comando de Agrupamento 1990, em Tete (Moçambique), enquanto antes já tinha andado por terras de Mueda e Montepuez.
Passados que são 42 anos, mais um convívio se vai realizar, no próximo dia 28, sempre no último sábado de Maio, como ficou deliberado em anos anteriores, e lê-se na carta: «Estamos a convocar-te para passares um dia maravilhoso, vivendo o presente, recordando o passado, esperando que o futuro nos proporcione muitos mais convívios e outros dias felizes. Aqueles que costumam estar presentes, sabemos que tudo farão para não faltar e até terão alguma ansiedade para que chegue depressa o dia 28 de Maio; por conseguinte, contamos com a tua confirmação. Aos outros, por este ou por aquele motivo têm ficado algumas vezes ausentes destes convívios ou nunca vieram, nós fazemos um apelo no sentido de fazerem algum esforço para estarem presentes, pois a festa é de todos nós. Com o passar dos anos as nossas capacidades vão-se esfumando, ficando cada vez mais comprometidos estes encontros».
A concentração registar-se-á às 10.30 horas, junto ao Estádio Municipal de Aveiro, com visita ao mesmo. Dali, rumo ao Restaurante «A Estufa», na Gafanha da Encarnação, onde será servido o almoço a partir das 13 horas. O repasto será recheado de diversa gastronomia, como sopa de legumes, bacalhau assado com batata a murro, leitão à Bairrada, não faltando as entradas e as sobremesas e… o cafezinho. Mas antes, cada um deve levar a carteira mais ou menos aberta, porque o Calafate e o Abrantes lá estarão para vos «apoiar». Para as inscrições marquem os números do telemóvel: do primeiro, 967288936, do segundo, 960292056.
Camaradas e amigos: não faltem a mais este convívio, embora para alguns já não seja possível, porque, entretanto, deixaram de viver connosco, mas estarão em espírito.

JOSÉ deVASCONCELOS

terça-feira, 10 de maio de 2011

Abertura da SEDE no dia 15 MAIO


Como foi deliberado em reunião de direção realizada no passado dia 9 de Abril, a nossa sede vai estar aberta a todos os Associados, familiares e Amigos a partir do dia 15 de MAIO.

Inicialmente o horário de Abertura será aos Domingos das 15 ás 19 horas.

O Nosso Museu estará aberto a todos as pessoas que quiserem dar-nos a honra da sua visita.

Estaremos sempre aos dispor de todos os Associados para a resolução de qualquer problema relacionado com a Lei 9/2002 tanto da Caixa Geral de Aposentações como do Centro Nacional de Pensões. Bem como qualquer outro assunto de interesse para os Associados.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Excursão a Espanha


Itinerário Completo:

Dia 7
Ás 6 e 30 horas - Saída junto ao Teatro.
Pela auto-estrada, passagem por Porto, entrada em Espanha por Vila Nova de Cerveira. Seguindo para VIGO com visita á cidade, com saída pelas 13 horas pelas Rias de Vigo, passagem por Pontevedra, em direcção a Xanxanxo, com paragem em Vichona para almoço no Hotel Troncoso.
Pelas 15,30horas – Saída para visita ás Rias e na Vila O GROVE (capital do marisco) opcionalmente e não incluído possibilidade de fazer passeio em barcos panorâmicos de fundo de vidro com visita ás plataformas/viveiros, a bordo é servido mexilhão fresco e bebidas.
Pelas 19 horas regresso ao Hotel para distribuição de quartos. Seguidamente será servido o jantar. A partir das 22horas animação na discoteca do Hotel.

DIA 8
Ás 8 horas - Pequeno almoço, logo de seguida saída para visita á cidade da CORUNHA. No regresso visita a Santiago de Compostela.
Pelas 14 horas almoço no Hotel. De seguida inicio da viajem de regresso pela costa Atlântica vindo por BAIONA, LA GUARDIA e outras localidades do litoral com entrada em Portugal por Vila Nova de Cerveira.
As refeições terão como base a magnífica gastronomia da GALIZA, com serviço personalizado á mesa estando incluído vinho e água.

Marcações de Lugares:
Leonel Costa: 961119239
Zé Gomes: 963018181
Zé Carlos: 967964368

Email: combatentes.arganil@hotmail.com

quarta-feira, 23 de março de 2011

Os Combatentes de Arganil e o início da Guerra do Ultramar



Eram 12 horas do passado dia 22, terça-feira, quando alguns elementos da Associação de Combatentes, e outros combatentes se dirigiram ao Monumento, situado no Bairro do Sobreiral, a fim de marcarem o início das guerras do ultramar. Já lá vão 50 anos.
Lembrando os que morreram nessas guerras, naturais do concelho, cujos nomes se encontram inscritos numa lápide, o presidente da Assembleia-Geral da Associação, Manuel Marcelino Martins Silva, salientou o momento e deu graças ao Senhor por se estar ali vivendo uma paz que a todos nos alivia e consola. Não esqueceu também os camaradas que não chegaram a regressar e por eles, em sua memória, foi guardado, com toda a dignidade, um minuto de silêncio.

terça-feira, 22 de março de 2011

Convívio dos «Filhos da Escola» de 64

Convívio dos «Filhos da Escola» de 64 convivem no Louriçal

Está marcado para o Louriçal (Pombal), o almoço comemorativo do 47.º aniversário dos «Filhos da Escola» que em 1 de Abril de 1964 iniciaram o seu tempo de tropa na Marinha.
No próximo dia 2 de Abril será a concentração dos «Escolinhas» no Largo do Mercado, naquela vila, pelas 10.30 horas, com porto de honra de boas-vindas e visita ao convento da vila de Louriçal.
O almoço, marcado para as 13 horas, será servido no Restaurante «O Zé», tendo como aperitivo não só os habituais acepipes, como também música ao vivo. E ao toque da música, serão distribuídas lembranças aos participantes.
«Filho da Escola», se ainda não te inscreveste, basta marcar: 469/José Gomes (963018181 – Arganil); 238/Ulisses Cadete (918836631 – Louriçal); e o 287/Zé Carlos (917806479). Comparece!
Zé Gomes.

Invasões Francesas Encontro/Debate



As origens, os efeitos e as consequências da Revolução Francesa

As origens da Revolução Francesa, estão no descontentamento da população, principalmente da população de Paris, nos fins do Século XVIII.

A 14 de Julho de 1789 a população de Paris, revolta-se contra o absolutismo e despotismo da Monarquia absoluta. A rebelião popular atinge o seu auge com a tomada da Bastilha.

Mas, se procurarmos ir mais longe, nas origens da Revolução Francesa, teremos que recuar no tempo, e ir analisar, a primeira grande Revolução dos tempos Modernos.

Essas origens, estarão certamente, na Revolução Americana, contra a grande potência colonizadora; a Inglaterra.

As ideias liberais e a luta da Revolução Americana, terminaram com a Independência dos Estados Unidos da América em 1776.

Perdendo assim a Inglaterra, a sua mais promissora Colónia da América do Norte.

A Carta Constitucional ou Constituição, dos Estados Unidos da América veio dar ”alma” e vida ao espírito revolucionário dos Franceses.

Da tomada da Bastilha, pela rebelião popular de Paris em 1789, contra a monarquia absoluta, até aos desmandos, excessos e arbítrios dos revolucionários, foi um “passo” para a Anarquia.

Aparecem sempre os salvadores das Revoluções.

Neste caso, o mais marcante foi: Napoleão Bonaparte. Um Oficial de Artilharia, em ascensão meteórica, que para travar uma manifestação popular em Paris, teve a “coragem” e o sangue frio, segundo o Conselho Revolucionário da altura, de esperar com a seus canhões armados, pela manifestação popular e disparar à queima-roupa sobre o Povo, a carnificina de Napoleão nesse dia, valeu-lhe a subida ao mais alto comando da Revolução e, ao temor, respeito e admiração de todos.

Estava “escolhido” o líder da Revolução Francesa. De Paris ao norte de Itália, ao Piemonte, à Áustria, à Alemanha, à Espanha e a Portugal, Napoleão venceu tudo e todos.

A 1ª Invasão Francesa a Portugal foi um sucesso para Napoleão, na pessoa do seu Comandante-em-Chefe o General Junot.

A entrada de Junot em Lisboa, foi saudada e louvada à entrada de Sacavém, a 27 de Novembro de 1807. Esperava-o uma grande Comissão de Honra, para lhe dar as boas vindas, constituída pela Maçonaria Francesa, pela Maçonaria Portuguesa, por altos membros do Clero e, pelos “menos” Nobres, que não conseguiram ter lugar na Esquadra Portuguesa, que nesse mesmo dia zarpou do Tejo, rumo ao Brasil, com o Príncipe Regente D. João, sua mãe a Rainha Dona Maria I, já em estado de loucura e, toda a Corte e a mais alta Nobreza.

Esta foi a estratégia de retirada, negociada e forçada pelos embaixadores Ingleses, com o Príncipe Regente, fundeados com a sua Esquadra de guerra, fora da barra do porto de Lisboa, em defesa do mesmo.

O General Junot, governou Lisboa em festa e em luxos sumptuosos. Os bailes sucediam-se constantemente, as recepções eram diárias. Instalado no Palácio dos Quintela, rico comerciante de Lisboa, governava por decreto.

Os comerciantes de tudo vendiam e enriqueciam, os pescadores satisfeitos, com o bom preço e bom pagamento dos franceses, manifestavam-se a favor do governo militar francês de Lisboa.

Os Ingleses no Brasil, eram os senhores do comércio. O embaixador Inglês no Rio de Janeiro, dava ordens de despacho comercial e alfandegário de privilégio, às mercadorias Inglesas. Era o início do pagamento da ajuda a Portugal, na luta contra o bloqueio continental, decretado por Napoleão, fechando todos os portos da Europa aos navios Ingleses.

As riquezas que não embarcaram para o Brasil com nobreza, estavam agora a saque das tropas francesas. O ano de 1808 iria ser penoso para o povo, já por si na miséria.

As tropas inglesas desembarcam em Portugal secretamente, dão luta aos franceses, com melhores armas, integram as tropas portuguesas no exército, coordenam as Milícias. Em poucas batalhas, os franceses retiram.

A 2ª Invasão pelo norte, comandada pelo General Soult, não teve capacidade para se instalar, graças à resistência popular e, obviamente à ajuda dos Ingleses com as milícias Portuguesas, agora mais empenhados em defender o seu bom acordo do Brasil, que muito melhorou para o seu lado, o antigo Tratado de Methuin.

A 3ª Invasão que agora se pretende relembrar, principalmente a sua retirada, aqui pela nossa Beira-Serra. Destacando certamente alguns pormenores, que outras intervenções irão relatar, como os oradores que me seguirão, de muito mais saber académico e de experiencia feito, como o Dr. João Pedro Portugal de São Martinho da Cortiça e o Dr. Francisco Antunes, distinto médico do vizinho concelho de Oliveira do Hospital, mas um verdadeiro conhecedor humanista da nossa região, em arqueologia, antropologia e sociologia, irá certamente ser um prazer ouvir o nosso amigo Dr. Francisco Antunes.

Limito-me apenas, a dar alguma cronologia da retirada, das tropas francesas da frente das Linhas de Torres:

Na noite de 5 para 6 de Março de 1811, Massena procura enganar o General Wellington, com algumas movimentações de tropas, para um ataque às Linhas de Torres.

Afinal, … já estava em retirada, e consegue um avanço considerável. Mas, a retirada de um exército com a logística pesada, ainda com mais de 40.000 homens, é porventura a manobra de guerra mais difícil, mais melindrosa e mais difícil de coordenar. Massena é um hábil Comandante, que apesar de cego de uma vista, teria como que um sexto sentido, para a guerra. Napoleão chamava-lhe o “querido da Vitória”.

Enfrenta a 12 de Março, na batalha da Redinha, devidamente entrincheirada nas encostas da serra, as tropas Luso-Inglesas. Perde apenas 150 homens, mas Wellington perde centenas, muito perto de 1.000 homens.

Em Miranda do Corvo a 14, havia um espesso nevoeiro, o seu ajudante de campo, o General Marbot, ia sendo apanhado á mão, pelos Dragões Ingleses, mas defendeu-se heroicamente e escapou à cilada.

Na Fonte Santa é o próprio Massena, que preparando-se para jantar ao ar livre, com o seu estado-maior, é atacado pelos Dragões Ingleses em golpe de mão, num ataque fulminante, mas a reacção rápida dos seus Granadeiros e Dragões da segurança próxima, livraram-no de ser apanhado. As culpas caíram sobre o seu general Ney, que descorou a segurança de defesa do estado-maior de Massena.

A 15 de Março, o exército francês, chega às margens do rio Ceira, frente a Foz de Arouce, onde se dá um combate desordenado mas com pronta reacção dos franceses.

A 16 à noite, a ponte na Mucela está reconstruída. Na madrugada de 17 começam a passar a ponte, São mais de 40.000 homens, milhares de cavalos, burros, mulas, bois, ovelhas, cabras, canhões, carros e carroças, com mantimentos munições, feridos e doentes.

A 17 e 18 há tropas por todo o lado, desde o Mucelão, S. Martinho da Cortiça, Sarzedo, Arganil, Secarias, Mouronho, Meda de Mouros, Oliveira do Hospital etc. Mas o grosso das tropas francesas, pernoitaram na noite de 18 para 19 na Serra da Moita.

Foi na madrugada de 19 de Março de 1811, que as tropas francesas partiram deste local, sobranceiro para toda esta região, de terras de Arganil e Tábua.

No mesmo dia, acampam aqui, as tropas do General Wellington. Aqui permanecem dois dias, à espera de mantimentos de Lisboa e de ordens do Parlamento Inglês.

Os serviços secretos Ingleses, já sabiam da intenção de Napoleão, invadir a Rússia.

A “ordem” para Wellington, era de perseguição em força, aos franceses.

Foi aqui na Serra da Moita, que começou o princípio do fim de Napoleão. A guerra Peninsular ainda se prolonga em Espanha por 1811 e 1812, onde Wellington combate heroicamente, com as tropas Luso-Inglesas, mas já não contra Massena, que tinha sido destituído de Comandante em chefe e, mandado regressar a Paris, onde esperou um mês para ser recebido por Napoleão.

A campanha da Rússia, comandada pelo próprio Napoleão, foi um desastre, partiram de Paris 620.000 homens, regressaram a Paris menos de 20.000.

O desastre da 3ª Invasão a Portugal, foi apenas o prelúdio do desastre de Moscovo.

Aqui, na Serra da Moita ficou para sempre o marco da história, do princípio do fim do Império de Napoleão, que sonhou à imagem dos Estados Unidos da América, com o seu Império dos Estados Unidos da Europa.

Da revolução francesa guerreira, ficaram páginas negras da história universal, só o ideal prevalece, sintetizado em três palavras: “ Liberdade – Igualdade – Fraternidade”.

Autor: Constantino Ferreira


sexta-feira, 18 de março de 2011

Desde Moçambique há 43 Anos



Na Aldeia de Santo Antão «perfilou-se» o Batalhão de Caçadores 1878

Tal como muitos Batalhões e Companhias que actuaram nos palcos da guerrilha nas três frentes ultramarinas, de 1961 a 1974, continuam, anualmente, a «perfilar-se» em diversos locais deste lindo nosso Portugal.
Não fugindo à regra, o Batalhão de Caçadores 1878 reuniu, mais uma ano, em franco convívio, próximo da Batalha, local onde se ergue um monumento que encerra também uma época gloriosa, mais propriamente no Restaurante da Aldeia de Santo Antão.
De ano para ano notam-se ausências: uns porque os achaques começam a minar a sua estrutura corporal, outros porque a crise começa a notar-se também e outros ainda porque a morte já os chamou para a derradeira viagem. Estes não foram esquecidos, porque todos, de pé, e em silêncio (tal como quando saímos para o mato, apeados), se lhe guardou um minuto em sua memória.
Mesmo assim, a três companhias, formadas pela CCS, 1502, 1503 e 1504, lá estiveram formadas, não ao som do cornetim, mas aos gritos de alegria de quem chega e se abraça com frenesim e muita, muita amizade. Porque alguns que já não iam ao encontro há anos, ficavam um pouco apáticos, porque já quase não conheciam os camaradas de há 43 anos. Mas depois, falando nos apelidos ou nas alcunhas, logo o abraço era forte e as lágrimas faziam-lhes companhia.
Uns levam consigo, dentro de uns simples plásticos, algumas recordações, como fotografias, a lista dos que faziam parte do Batalhão, quem foi morto ou ferido, não faltando os jornalitos que eram editados por cada Companhia.
Ora sendo um Batalhão constituído por mais de 500 homens, nem todos acusam a chamada do Manuel Tomé e do Francisco Sabino Lopes, os camaradas que desde há anos têm organizado estes encontros. Se neste encontro estiveram cerca de 200 pessoas, combatentes registaram-se apenas metade. O restante são esposas, filhos, netos e familiares que acompanham estes valentes de há quatro décadas. E fazem-no com muito orgulho. Vê-se como os descendentes se orgulham de participar e como reagem ao sentimento dos seus em relação a uns e outros.
Foi em Moçambique que este Batalhão esteve em missão. Primeiro no distrito da Zambézia, depois em Cabo Delgado (Nangololo, Nancatari, Miteda e Miudumbe). Acabou a comissão em Montepuez, em 1968.
A Companhia a que estive incorporado foi na 1504, que tinha como lema «Nós ou Ninguém». Ainda assim, é uma Companhia da qual ainda comparecem algumas dezenas, inclusive o seu comandante, Capitão Jónatas, hoje Coronel na reforma. É o único comandante de Companhia que ainda não deixou os seus homens. Tal como o fazia em campanha, demonstrou ainda a sua maneira de ser: altivo, disciplinado, dialogante, sereno, sentimental. E nas suas palavras de despedida, deixou a mensagem de que todos, até ao fim, mantenham esta união, esta amizade, este sentido de ver o que é a paz, pois os anos em que estivemos juntos, soubemos agir com dignidade, sentido patriótico, sentido de responsabilidade, sentido de sacrifício. Deixou votos de que para o ano todos voltem a reencontrar-se, a fim de que esta chama se apague apenas no momento derradeiro da nossa vida.
O regresso é sempre um pouco embaraçoso. Abraços para aqui, abraços para ali, no fundo fica a esperança de que, para o ano, todos ou quase todos voltem a sentir este calor de amizade, que só quem andou nestas andanças sabe sentir e avaliar.

José Travassos de Vasconcelos.


terça-feira, 15 de março de 2011

12 de Março dia de Assembleia Geral

Firme e activa continua a Associação de Combatentes de Arganil

Com a sala da sede repleta, reuniu em assembleia-geral, no passado sábado, dia 12, a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil. Para além de serem tratados os habituais assuntos, particularmente a aprovação das contas, há que registar também a eleição de novos órgãos sociais, que hão-de gerir os destinos da colectividade durante 2011-2012. Foram integrados novos elementos, que certamente irão dar mais vida e mais vitalidade ao momento saudável que a Associação atravessa, enquanto outros elementos mudaram de lugar.
O primeiro ponto discutido dizia respeito à aprovação do Regulamento Interno, particularmente o artigo 19.º. Posto à discussão e com explicações adequadas para melhor elucidação dos sócios, foi aprovado por unanimidade. Esta proposta diz respeito a que Direcção passe a ser composta por 11 elementos e não por 7. Entre os seis vogais haverá dois suplentes que se tornarão efectivos à medida que se derem as vagas pela ordem que tiverem sido eleitos.

A gratidão, no Sarzedo, demora a chegar
Precedida a discussão do relatório e contas, o presidente da Direcção, Leonel Costa, frisou o ano de trabalho desenvolvido no ano de 2010, cujas realizações mantiveram o ponto alto da Associação. Entre essas iniciativas, recorde-se a ida a Lisboa, no dia 10 de Junho, a fim de participarem nas comemorações do Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas. Há ainda a referir, contudo, a Passagem de Ano, o Baile de Carnaval, o Baile da Primavera, convívios na sede, almoço de aniversário, a presença da Associação na festa do 15 de Agosto e na Feira do Mont’Alto, Passeio ao Douro e Baile da Noite Branca, homenagem aos Combatentes do concelho mortos, com deposição de flores nos monumentos de Pomares, Abrunheira (S. Martinho da Cortiça) e Arganil e palestra sobre o Stress de Guerra. Sobre o caso da nomenclatura de rua do Sarzedo a um combatente falecido, Leonel Costa lamentou que, apesar de a Associação, quer por escrito, quer pessoalmente, se ter dirigido à Junta de Freguesia, ainda não tenha sido feito o devido gesto de gratidão, o que não se compreende, afirmou.
Sobre as contas, bem elaboradas, aliás, elas traduzem a boa organização e honorabilidade que os responsáveis neste campo demonstram. Assim, o tesoureiro, José Rodrigues Gomes, informou que o total das receitas atingiu 23.480,14 euros e as despesas 21. 455,69 euros. Assim, o saldo que transita para 2011, é de 2.024,49 euros.
Nestas contas há que registar o pagamento da dívida que a Associação tinha para com o presidente da Direcção, de 3.000 euros, que declinou receber os respectivos juros, que totalizavam ainda elevada importância. Foi registado com aplauso este gesto, adiantando Abel Fernandes que é mais relevante se torna, atendendo a que não fica registado publicamente essa quantia, quando podia ficar registado como donativo.
Em relação ao orçamento para 2011 ele aponta para 23.224,49 euros de receita e de despesa, 23.000 euros.
Leonel Costa relevaria a importância das contas, cujo esforço foi notório por parte de todos os elementos, com empenho, com trabalho e porque não com devoção.

António Augusto saiu mas ficou na reserva…
António Augusto Henriques, um Combatente que desde a primeira hora integrou o corpo da Associação, um trabalhador nato e muito empenhado nas questões sociais da instituição, um moderador e também um poeta, deixa que o seu nome não figurasse nesta constituição directiva. Segundo a sua versão, são motivos pessoais que o levam a tomar tal posição. É com pena, muita pena e pesar que deixa de pertencer à Associação. Porém, advertiu que foi uma experiência espectacular, mas acrescentou que quando soar o toque de reunir, ele tentará estará presente e não deixará de cumprir com as suas obrigações sociais.
E seria precisamente António Augusto, presidente do Conselho Fiscal, a ler o parecer do mesmo, o qual foi inteiramente favorável às contas, apresentadas com toda a clareza e sabedoria, pediu um voto de louvor à direcção pelo trabalho desenvolvido, com empenho e muita garra, voto que foi aprovado por unanimidade e aclamação.

Eleição dos novos órgãos sociais
O terceiro ponto da ordem de trabalhos rodeava a eleição de nova lista contendo os órgãos sociais que hão-de gerir a Associação entre 2011 e 2012. Aprovada que foi por unanimidade e aclamação, a referida lista ficou assim constituída:
Assembleia-Geral – Presidente, Manuel Marcelino Martins Silva; Secretário, José Travassos de Vasconcelos; Secretário-Adjunto, José Ricardo André.
Direcção – Presidente, Leonel da Conceição Costa; Vice-Presidente, Abel Ventura Fernandes; Secretário, João Alexandre Mateus Pimenta; Secretário-Adjunto, Manuel Henrique Amaro Ferreira; Tesoureiro, José Augusto Rodrigues Gomes; Vogais: Marílio Ramos Gonçalves, António José Travassos de Vasconcelos, José Fernando Simões e Pedro Matos Alvoeiro; Vogais-Suplentes: José Alberto Leitão Guerreiro e João Miguel Alvoeiro Alves.
Conselho Fiscal – Presidente, José Carlos Trindade Ventura; Secretário, Romão Gonçalves Mateus; Vogal, Artur Manuel Travassos Correia.

Os Eleitos:
Há 50 anos iniciaram-se as Guerras do Ultramarinas
No que diz respeito ao Plano de Actividades para o ano em curso, o Presidente da Direcção anunciou que, embora já passado, realizou-se o Baile de Carnaval e na passada terça-feira, dia 15, pelas 12 horas, realizou-se uma cerimónia junto ao Monumento dos Combatentes, no Sobreiral, com a presença de alguns Combatentes, a fim de recordar que foi neste dia que se iniciaram as Guerras Ultramarinas e ao mesmo tempo evocaram-se os mortos, cujos nomes se encontram inscritos numa lápide. As iniciativas prosseguem: no sábado, dia 19, a Associação apoia o programa comemorativo da retirada das tropas francesas na Moita da Serra, com almoço no Restaurante «A Saborosa»; 7 e 8 de Maio, Excursão a Espanha; 5 de Junho, presença na inauguração da toponímia do Maladão, para prestar homenagem a todos os Combatentes; 10 de Junho, ida a Lisboa para assistir às cerimónias do Dia de Camões e das Comunidades; em Junho a habitual sardinhada; 7 de Agosto, realização do almoço de aniversário; em Agosto e Setembro, presença, respectivamente, no 15 de Agosto e Feira do Mont’Alto; mês de Outubro, possível prova de rali-paper; 1 de Novembro, homenagear os mortos em combate, com deposição de flores nos três Monumentos; Novembro, o tradicional magusto; e 31 de Dezembro, passagem de ano.

Como nada se deve, outras prioridades em campo
No último ponto da ordem de trabalhos, discussão de outros assuntos importantes para a Associação, o agora presidente da Assembleia-Geral, Manuel Silva, já que todos os elementos tomaram posse logo ali, informou que estando as contas totalmente equilibradas, a Associação passará a entrar noutros campos de apoio, estando disponível para resolver qualquer assunto que surja aos Combatentes associados.
No final, o ainda presidente da mesa, José Carlos Trindade Ventura, felicitaria os novos elementos nas missões que foram investidos, desejando a todos as maiores felicidades, acrescentando aquela Associação, é um espaço de paz, de concórdia e de amizade, tal como o afirmaria também o agora vice-presidente da Direcção, Abel Fernandes.
Foi com amizade que todos conviveram, numa noite que ficará a atestar, mais uma vez, a função da Associação dos Combatentes do Concelho de Arganil, que é a preservação de uma memória que marcou uma época.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Invasões Francesas 2º Centenário

(Clikar an imagem para tamanho grande)

Encontro comemorativo do 2º centenário das invasões Francesas.
1811 - 2011

Inscrições até dia 17 de Março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

Assembleia Geral - Convocatória

Associação de Combatentes do Concelho de Arganil

José Carlos Trindade Ventura, Presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, convoca nos termos do n.º 2 do art.º 13.º dos seus Estatutos, uma assembleia-geral ordinária, que terá lugar na Sede da Associação (Bairro do Prazo), no dia 12 de Março, pelas 20.30 horas, com a seguinte

Ordem de Trabalhos:

1.º - Alteração do Regulamento Interno.
2.º - Leitura, apreciação, discussão, aprovação ou rejeição do Relatório e Contas da Direcção, relativo ao ano de 2010 e Parecer do Conselho Fiscal.
3.º - Apreciação e votação do Orçamento e Plano de Actividades para o ano em curso.
4.º - Outros assuntos de interesse para a Associação.
5.º - Eleição dos novos Corpos Gerentes para o biénio de 2011-2012

Se à hora marcada não houver número legal para a assembleia poder funcionar, terá a mesmo lugar, meia hora depois, com qualquer número de associados presentes, conforme previsto no n.1 do art.º 16.º dos Estatutos em vigor.

O Presidente da Assembleia, - José Carlos Trindade Ventura

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Carnaval 2011


Mais uma grande farra, organizada pela Associação de Combatentes do Concelho de Arganil
Façam já a vossa marcação e claro, preparem a vossa vestimenta de Carnaval

Marcações :
Leonel Costa: 961119239
Zé Gomes: 963018181
Zé Carlos: 967964368

Email: combatentes.arganil@hotmail.com

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Boas Festas

Nesta época festiva aproveitamos para endereçar a todos os Combatentes, Familiares e Amigos Um Feliz Ano de 2011 com tudo de bom.


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Os Combatentes são assim…

Os Combatentes estão em todo o lado, sobretudo em Arganil. Nas instituições e colectividades há sempre um combatente: seja nos Bombeiros ou na Santa Casa da Misericórdia, seja na Filarmónica ou em grupos folclóricos.
Neste contexto temos que referir um gesto de gratidão que a Comissão de Eventos dos Bombeiros Voluntários teve para com o actual Secretário da Direcção, Manuel da Silva Marcelino, em Festa de Natal realizada no dia 19.
É que este “Nosso Alferes” recebeu das mãos de elementos daquela comissão uma placa de xisto, tendo nela gravado o símbolo da Associação Humanitária, como prova da dedicação e empenho que desenvolveu em torno da realização desses mesmos eventos.
Não é, para nós, estranha a atitude tomada, já que conhecemos bem a faceta do também Secretário da Direcção dos Combatentes. Onde se integra, a sua figura é sempre uma mais-valia, como bom conselheiro, bom trabalhador, aplicado.
Por isso, é para nós uma honra ver um camarada nosso a ser reconhecido pela função para que foi escolhido, quando a maior parte ocupa lugares somente para aparecer o seu nome e para alimentar o seu ego.

Parabéns, Manel!


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Passagem de Ano 2010/2011


Mais uma passagem de Ano com:
Organização: Associação dos Combatentes Concelho de Arganil
Reservas: Leonel 914654985
José Gomes:963018181

Preço por Pessoa: 45 €

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A informação em devido tempo

Em relação ao pedido de ajuda feito para seu pai, neste blogue, em tempo oportuno, por parte da Sr.ª Cláudia Pereira, foi por esta Associação dada a devida e completa informação e o natural encaminhamento para a entidade que a poderá ajudar.
Já que sobre esta situação vieram a terreiro alguns comentários, informa a Direcção da Associação dos Combatentes do Concelho de Arganil que em 12 de Março de 2011, a partir das 20.30 horas, na sua sede, vai realizar-se a Assembleia-Geral anual para a habitual apresentação de contas. Como o ano referido coincide com a eleição de novos Corpos Gerentes, que funcionarão durante dois anos, será um dos pontos da agenda de trabalhos dessa reunião magna.
Assim sendo, convidam-se os Sócios, Combatentes e Amigos para participarem nesta sessão, a fim de terem conhecimento da forma como são empregues os dinheiros das quotizações e dos subsídios dos amigos e das autarquias, e ainda para verificarem, pessoalmente, o trabalho que a Associação fez na restauração da Casa do Cantoneiro para a sua sede.
As portas estão abertas a toda a gente que quiser comungar da nossa amizade, do nosso convívio.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL




Formas de sentir momentos difíceis de cada Combatente

Na vida acontecem momentos que dá para pensar; e quando esses momentos tocam com os sentimentos de cada um, sobretudo dos que sofreram na carne espaços duros de uma guerra que empobreceu a maior parte da juventude, durante mais de uma década, dá para pensar e olhar para trás, já lá vai meio século. Esse olhar para trás traz-nos à mente que, apesar de todas as contrariedades sofridas, sentimos uma solidariedade sem precedentes, que nos aperta o coração quando, volvidos essas cinco décadas, vemos ainda imagens que nos fazem recuar a esse tempo, mas que os seus protagonistas se habituaram à ideia de que um deficiente das Forças Armadas tem que viver a vida, porque ela não teve culpa do sucedido, apesar de algumas dessas vidas terem sido salvas, podemos dizer, como por milagre.
Possamos dizê-lo de alto som, porque vivemos esses milagres, de balas que passaram ao lado de órgãos que não foram afectados, embora outros tenham sofrido algumas mutilações, mas a vida, para esses, continua também com as mazelas presentes no dia-a-dia e que já se habituaram a viver com elas.
Um dos momentos que me marcou recentemente, foi na Feira dos Santos, em Mangualde. Reparámos, por acaso, que um Combatente de Angola, de 1967 a 1969, natural daquele concelho, sofreu uma armadilha e dela resultou ter ficado sem o braço esquerdo, ficando só com metade do braço direito; e foi precisamente o gesto que presenciámos que me impressionou: ao atender o telemóvel com o antebraço e depois de desligado, com os dentes pegou no “atilho” do aparelho e colocou-o no bolso da camisa.
Atrevi-me a falar com este Combatente e disse-me que durante todos estes anos teve que se habituar à ideia… e nem por isso deixou de constituir família. A esposa, filhos e netos participavam também na feira, alegres, com sorrisos nos lábios.
É que este Combatente até é do meu ano de tropa. Portanto com 65 anos.

* * *

Também era do meu tempo o António Gata, que residia em S. Pedro da Lameira (Luso). Fizemos a recruta no Regimento de Infantaria 12, na Guarda, de Outubro a Dezembro de 1966. Ao vir de Moçambique visitei-o na sua casa; e antes de ter falecido, há 5 anos, de doença súbita, tinha antes convivido alguns momentos com ele na sua casa, onde a alegria nos trespassou de emoção e alegria. Ainda tentou visitar-me, aqui, em Arganil, mas teve azar, porque nesse domingo não estava em casa. È que o Gata dava a camisola a um amigo se dela precisasse. E tantos amigos tivera na vida…
Recentemente, um irmão do nosso benquisto amigo e Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, Prof. José Dias Coimbra, ao ser sepultado no cemitério do Luso, recordou-me que ali estaria a repousar eternamente o António Gata. Para nos informar, perguntámos a dois indivíduos que se encontravam a conversar. Um deles era o Presidente da Junta de Freguesia do Luso. Não só me deu deu a informação, como me levou à sepultura onde repousa o corpo do amigo Gata, que afinal também era seu particular amigo.
Conversa puxa conversa, acabei por saber que aquele autarca, também do nosso ano, combateu na Guiné e de lá veio sem a perna esquerda.
Como são as coisas. Com este gesto de acompanhar um cidadão para uma residência que não voltará, acabei por dar de caras com a fotografia de um amigo e esbarrar com outro que também foi vítima da guerra colonial.
São as contradições, são as vivências de uma vida militar que, apesar de tantos dissabores e maleitas, fez de nós alguém que nos faz sentir interiormente o mal dos outros, com exemplos que nos faz sentir humanos, onde a solidariedade e o amor são duas virtudes que jamais se apagarão da nossa vida, enquanto a saúde e a lucidez nos derem o prazer de viver.

José Travassos de Vasconcelos

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Quanto significa um gesto!…

Costuma dizer-se que a nossa querida terra Arganil é um chão de solidariedade. As associações, sejam elas de que cariz for, encontram sempre no seio dos “Pintassilgos” a maior abertura em todos os capítulos sociais. Se os Bombeiros precisam de equipamento, ou a Filarmónica de instrumental e fardamentos, não falando da Associação de Combatentes, dos grupos folclóricos, ou outros, lá estão os Arganilenses de ouvido afiado a colaborar sem apelo nem agravo. Podem até em alturas de reuniões magnas não comparecerem, por saberem que tudo está bem, mas na hora da verdade eles, todos nós, acorrem nas horas que são chamados a dizerem que a sua colaboração é necessária.
Nós, os Combatentes, sabemos que isso é a pura das verdades. Veja-se por exemplo, a luta solidária que a Associação manteve durante algum tempo. Para a restauração da nossa querida sede, onde a Casa do Cantoneiro é o símbolo emblemático de Arganil, nada melhor vermos aqui instalada a nossa sede, com traços que retratam um e outro espaço. Porém, é de reconhecer a boa vontade de muitas bolsas que quiseram elevar a alma quer dos Arganilenses, através da sua Casa do Cantoneiro, quer agora na senha dos Combatentes, transformada em paz e muita, muita solidariedade.
Este alinhavado tem por missão relevar mais uma vez o condão da amizade solidária que os Combatentes transmitem e que as pessoas sabem acolher no seu coração. E porque a gratidão é a palavra mais fina e sublime que um cidadão pode absorver, que traída causa o mais sombrio sinal de injustiça, o Sílvio do Restaurante “O Filipe”, paredes-meias com a nossa sede, habitual amigo de todos nós, porque está em fim de concessão, e porque é um assíduo visitante da sede, mesmo em tempo de reuniões, resolveu convidar os órgãos sociais da Associação para um jantar. Este convívio (e foi isso que aconteceu precisamente) registou-se no final do mês de Novembro, em vésperas do 1.º de Dezembro, outra data que a solidariedade e a bravura dos portugueses veio ao de cima, restaurando a autonomia nacional.
Pois bem, o Sílvio, a esposa Ivone (funcionária competente, simpática e muito educada do Centro de Saúde, que sabe sorrir) e a filha Sílvia, recentemente licenciada em História, que agora vai “espairecer” por terras da Polónia, ofereceu a todos uma belíssima ceia, acompanhada por uma simpatia a todos os títulos notáveis.
Essa simpatia e gratidão passam por um gesto significativo: é que o Sílvio fez questão que todos pagassem 5 euros, preço do jantar, e que o total revertesse a favor da Associação dos Combatentes. Vincando a sua personalidade, pagou também a sua refeição.
Por isso é que tanto o Presidente da Assembleia-Geral (José Carlos Trindade Ventura), o Vice-Presidente da mesma Assembleia (Abel Ventura Fernandes) e o Presidente da Direcção (Leonel Costa), deixaram palavras de muita estima e consideração pelo gesto verificado, que apesar de vir de um cidadão simples, que no dia-a-dia luta pela vida, ao invés de outros de mais posses que tudo lhes passa ao lado, tem um significado relevante, que por muito que se diga, eleva a sua honra, eleva a sua personalidade por muito bem fazer em prol dos outros, sobretudo daqueles que souberam defender aquilo que outros querem denegrir e até maltratar, esquecendo os também portugueses que sofrem por uma luta que nada lhes dizia, mas que eram obrigados a intervir, pois era a Pátria que os chamava. Hoje por haver reflexos dessa intervenção, há seres humanos, nossos camaradas, a morrerem de solidão, de stress de guerra, porque um dia viram morrer a seu lado o companheiro amigo, o conselheiro do seu dia-a-dia, durante dois anos.
Em nome da Associação dos Combatentes do Concelho de Arganil aqui fica o abraço, amigo Sílvio e família, aquele abraço de que só um Combatente sabe sentir e partilhar entre amigos do coração.
Uma nota: Neste convívio esteve presente o nosso Embaixador no Luxemburgo, o Combatente José Ricardo André, que não se fazendo rogado, até trouxe a esposa, a também Arganilense Adelina, muito bem aceite no grupo, bem como as demais mulheres quando há iniciativas, ajudando mesmo quando é necessário.