domingo, 23 de abril de 2017

Dia da Marinha 2017


Filhos da Escola/Marinha
O Dia da Marinha 2017 volta ao Norte do país com a celebração da data da chegada de Vasco da Gama a Calecute na Índia a 20 de maio de 1498, a ser celebrada este ano na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde, duas localidades marcadamente marítimas e com grande devoção ao mar.
Este ano celebramos também os 700 anos do diploma régio em que D. Dinis outorgou o título de Almirante a Manuel Pessanha, a 1 de fevereiro de 1317. O contrato fixado pelo diploma régio evocado determinou a organização, de forma permanente, da Armada portuguesa, sendo o documento decisivo para o almirante Manuel Pessanha liderar o processo que tornou o país numa potência naval relevante.
Serão várias as atividades de interesse para o público que irão decorrer de 13 a 21 de maio. Dos vários pontos de interesse há a destacar exposições temáticas, desafio fotográfico, concertos da Banda da Armada, navios abertos a visitas, cerimónia militar com uma grande interação com a comunidade local, entre outras atividades a divulgar em breve.


sexta-feira, 21 de abril de 2017

“Filhos da Escola” Abril 1964 na ACCA

No passado dia 8, Arganil foi palco de encontro de marinheiros. Desta vez estiveram presentes “Filhos da Escola” do recrutamento de Abril de 1964 a festejar o seu 53º aniversário, que entre militares, familiares e amigos somaram mais de centena e meia de convivas. Da Base Naval de Lisboa (Portão Verde) largou um autocarro com destino a Arganil, tendo chegado pelas 11,30 horas. 



A comitiva foi recebida na sede da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, por dois responsáveis da organização, Acácio Almeida e José Gomes, estes do nosso concelho e também pelo presidente da Associação, António Vasconcelos. Seguidamente aos visitantes foi oferecido um “porto de honra” para aconchego de estômagos. 


Pelas 12,30 horas e já no memorial dos combatentes (Sobreiral) Abel Fernandes presidente da Assembleia da ACCA, saudou os presentes e de seguida foi feita uma simbólica homenagem aos marinheiros falecidos, sendo recordado o arauto destes convívios o Sargtº António Pereira da Palma falecido recentemente. Aqui a esposa do falecido D. Maria dos Anjos Palma e o Comandante Manuel Mendes, elemento também deste grupo de marinheiros, depositaram uma palma de flores, seguido de um minuto de silencio ao toque da música “Silêncio”. Nesta homenagem estiveram presentes o Vice-presidente da Câmara Municipal de Arganil, Dr. Luís Paulo Costa, o Presidente da Junta de Freguesia, João Travassos e o Comandante Jaime Lopes, oriundo do nosso concelho mais propriamente de Sobral Gordo. 


Depois da fotografia de grupo, a comitiva dirigiu-se às instalações dos multiusos Cerâmica Arganilense onde foi servido um lauto almoço que a todos agradou. A animação karaoke esteve a cargo de Pedro Teixeira, filho de um marinheiro desta “escola”. 





Compareceram marinheiros de norte a sul do país, estes que no ano de 1964 juraram que serviam com honra Portugal e a Marinha de Guerra Portuguesa. Que bela jornada esta, apesar de que cada vez são menos, pois a idade não perdoa. A organização esteve a cargo, em Almada, pelos “Filhos da Escola” Romão Durão e José Gião e em Arganil, Acácio Almeida, José Gomes e Ulisses Cadete. Chegou a hora de levantar “ferro” e pelas 19.30 horas estes marinheiros partiram para as suas moradas, felizes por mais um encontro, comentando que Arganil recebeu muito bem a comitiva.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

UM DIA ACONTECEU ASSIM

Tínhamos chegado ao nosso acampamento de Cambamba, havia apenas dois meses. A 19/07/1973, foi o meu pelotão e outro da 1ª C CAV, em conjunto com mais dois pelotões de Zemba, integrados numa “Operação” ao designado NUFUQUE (também designado pelo morro 1020) com a finalidade de ir ao objectivo.
Pernoitando no chamado morro da artilharia, fomos acordados bem cedo pelo som provocado pelas peças de artilharia, e dirigimo-nos ao “objectivo” com a finalidade de destruirmos tudo o que restava do bombardeamento.
Chegados a cerca de 500 metros fomos recebidos por tiros de arma automática, pelo que nos abrigámos, mas ripostadas por disparos do portátil morteiro 60 trabalhado pelo impecável apontador Fagundes. Com a passa - palavra chegou até mim o pedido para o 07 FONSECA chegar à frente, pois que era necessário neutralizar uma mina anti pessoal.
Inteirando-me de que me esperava e confirmado pelo Guia que apenas era só aquilo, procedi ao levantamento da mesma depois de tomadas todas as precauções. Tentei entrega-la ao meu carregador, mas este recusou-se a transporta-la pois disse que ela explodia e ele morria.
Chegados ao dito acampamento, que em termos de limpeza estava impecável, com bancos escavados no próprio terreno, e houve até um alferes (da 1ª C. CAV) que queria ali permanecer mais tempo e almoçarmos lá, mas depressa nos desmotivámos e abalámos tendo contudo queimado todas as palhotas, (daí as fotos já publicadas no Blogue do Batalhão). Porém os soldados nativos tiveram a ousadia de recolher todo o amendoim e outros bens que por lá encontraram. 
Foi assim o primeiro “Baptismo “ de guerra para uns jovens maçaricos que mal sabiam retomar a picada para regressar ao acampamento.
Foi a partir desta altura que começámos a ouvir na rádio ”Maria Turra” que nos baptizou como os “JOVENS CAVALEIROS ASSASSINOS DE CAMBAMBA”.

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Baptizados que estávamos com o sobe e desce os morros e com o couro cabeludo macio do cacimbo “cacimbados”, coube-me um dia fazer uma coluna para ir levar os outros dois pelotões ao mato, para um operação de 2/3 dias, com saída do quartel a meio da tarde, e com local de apeamento para os lados de Mucondo, transitando por uma picada em que nunca tínhamos passado e quase intransitável.
Chegados ao local e após apeados os colegas que ficavam, deu-se a mensagem de partida da coluna, simplesmente que o amigo rádio “RACAL” pregou-nos a partida de não quer funcionar. Entretanto começou a anoitecer e hesitou-se entre o pernoitar em conjunto com os outros ou o avançarmos sem comunicações. Todo o resto do pessoal que estava no quartel estava incomodado com o nosso silêncio. Eu e o meu colega Moura tomámos a resolução de partir, embora tendo consciência do perigo que estávamos a correr, pois íamos passar em frente ao célebre Mufuque e eramos um alvo a abater dado que transitávamos com as luzes ligadas. Entregámo-nos nas mãos de Deus e rezei durante o percurso para que nada nos acontecesse. Felizmente tudo correu bem, e quando começámos a subir a picada de acesso ao quartel quase chorei de alegria.

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Certo dia, estando dois pelotões na mata em operação, onde estava também o comandante de Companhia, estava o meu pelotão de serviço e eu de Sargento Dia. Como não tinha oficial comandante de pelotão, (pois foi na altura em que o alferes Sommer de Andrade tinha pedido transferência para o Leste), o alferes do outro assumia as funções de Oficial de Dia. Durante o dia tudo correu bem.
Elaborada a escala de serviço para a noite, havia o hábito de permanecerem no posto avançado da Enfermaria sempre os três elementos que se revezavam de duas em duas horas. Pelas uma horas da manhã e estando eu deitado a ler um livro, fui surpreendido pela visita do meu colega Furriel Mecânico perguntando-me que estava naquela hora de serviço na Enfermaria, pois que tinha lá ido passar ronda e ninguém lhe respondeu, dando o posto um género de abandono total com as mantas estendidas para fora. Consultando a escala de serviço disse-lhe: pelo homem que está nesta hora, ponha as mãos no lume, pois é o gajo mais reguíla da Companhia, mas não dorme em serviço e então onde está.
Rumámos em direcção a esse posto, montados num Jipe apetrechado com faróis de caça e repetida a operação anterior de chamar a sentinela focando o posto, ninguém respondeu. Tomada a decisão de dar dois tiros sobre o posto, assim fiz. Apareceram então as três sentinelas e um alferes. Este tinha-lhes dito para não responderem ao chamamento que era para ver se nós tínhamos a coragem de subir ao posto para acordar os mesmos, ou ver o que se tinha passado. Claro, escusado será dizer que se gerou uma confusão total entre oficial e sargentos, discussão que durou até cerca das três da manhã com ameaças de participações. Noite em claro.
No quartel apenas se encontrava aquele oficial.
Quem saía de serviço, entrava de escolta. Era necessário ir recolher o pessoal que estava na mata, e quando a coluna estava formada e prontos para partir aparece esse oficial dizendo que também ia na coluna, (quando era Oficial Dia). Como era meu superior indiquei-lhe a primeira viatura e como tal comandante de coluna e eu fui para a ultima viatura. 
Chegados ao local de recolha, o comandante de Companhia tomou o lugar na primeira viatura e veio para junto de mim um dos outros oficiais que começou por me perguntar o que se tinha passado para que o quartel tivesse ficado sem oficial algum, apenas entregue ao 1º Sargento, (que estou convencido que na altura nem se terá apercebido de tal), e aos três furriéis do outro pelotão, que ficou de serviço.
Sempre me regi, e assim continuo na vida, pela verdade, ainda que por isso seja prejudicado. Comecei então por contar todo o passado ao outro oficial, que ficou admirado do sucedido, embora tendo perfeito conhecimento que o que estaria a ser contado ao Capitão não era a realidade.
Chegados ao quartel e depois de mandar o pessoal destroçar, fui tomar um banho e aguardei que fosse chamado ao Capitão, o que não tardou a acontecer. Mal entrei no gabinete deste, verifiquei que esse senhor alferes não estava presente. Inquirido sobre tudo o que se tinha passado, apenas disse a verdade e comprovei com a presença do meu colega furriel mecânico que entretanto se mandou chamar. Apareceu também esse alferes que foi mandado chamar e claro, começou novamente a discussão, sendo ameaçado que iria participar de mim. Porém o Capitão, com o seu poder de comando e conhecendo perfeitamente o nosso carácter e personalidade conseguiu pôr água na fervura por ali.
Como quem não se sente não é filho de boa gente, como diz o nosso povo, fora do gabinete continuou a conversa amena.
Era alguém que pensava em acabar com a guerrilha e pensava que os galões faziam tudo. 
Situações vividas, com final feliz, e que jamais esquecerão.

As peripécias no Ultramar do nosso Associado Carlos Fonseca

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Os Portugueses vão honrar os que serviram Portugal


A Sociedade Civil quer prestar uma justa homenagem a todos os que serviram Portugal em tempo de guerra, em qualquer condição e circunstância. Será junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, ao lado da Torre de Belém, a 10 de Junho. Lembram-se, no Dia de Portugal, os que defenderam os valores nacionais e a perenidade da nação portuguesa da nação portuguesa é um dever cívico actual e que as gerações vindouras devem continuar.

O Presidente da Comissão Executiva para esta Homenagem, Tenente-General Fidalgo Ferreira, convida os portugueses a acorrer a Belém, porque honrar os que serviram Portugal é um dever cívico de permanente reconhecimento por parte das gerações vindouras e celebrar esta memória facilita o encontro com o norte que nos vai orientar nos combates do futuro.

São convidados de honra desta homenagem o Presidente da República, o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, enquanto anfitriã, todos os Municípios portugueses, o Ministro da Defesa Nacional, as Chefias Militares, o Comandante Geral da GNR, o Director Nacional da PSP, a Secretária Executiva da CPLP, os Adidos Militares e Culturais dos países da CPLP, os Combatentes agraciados com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e os Presidentes das Associações de Combatentes.

No final da cerimónia haverá um almoço-convívio nos jardins frente ao Monumento aos Combatentes.

sábado, 1 de abril de 2017

A missão da nossa Associação continua


 Depois da realização da assembleia geral, no passado dia 17 de Março/2017, o novo elenco directivo da ASSOCIAÇÃO DE COMBATENTES DO CONCELHO DE ARGANIL tomou posse no passado domingo, dia 26, onde foram vincados, na voz do presidente reeleito da assembleia, Abel Ventura Fernandes, os rumos a seguir na Associação, cuja equipa se comprometeu a cumprir com o delineado desde a sua criação, que é promover o convívio e ajudar aqueles que, em horas de aflição, mais precisam de ajuda. Tendo também em mente reafirmar o valor que o Combatente teve na defesa da Pátria, nos três ramos da Forças Armadas: Exército, Marinha e Força Aérea.
Presidida pelo seu titular Abel Ventura Fernandes, na assembleia ficou bem patente esse querer dos Combatentes presentes, ajudar e promover a amizade e a fraternidade, num clima de paz e concórdia. O presidente da mesa e outros presentes não deixaram de vincar, de forma elogiosa, a actividade que a casa vai tendo, com grande evidência mantida em 2016.
José Gomes explanou as contas, as quais, pela sua amplitude gráfica, dão para perceber que o deve-haver da Associação está em forma, consistente, enquanto o presidente da direcção, António Vasconcelos, confirma esta realidade, isto devido aos sócios e à contribuição voluntária que se vai verificando de pessoas que visitam a sede, que não deixam de «saudar» a «Joaninha», fazendo penetrar na sua ranhura donativos que, depois somados, dão boa vontade para continuar a dizer que a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, como já aqui se disse, é uma colectividade que vinca o nome do território arganilense, bastando analisar quantas Associações similares não vêm a Arganil para visitar a Casa do Cantoneiro e realizarem os seus convívios localmente, vincando também essa posição os convites que são feitos para a Associação estar presente em realizações de outras por esse país fora.
Como disseram o tesoureiro e o presidente da direcção, para que tudo isto aconteça, é necessário ter uma equipa coesa e dinâmica, que arregaça as mangas, e isso reflecte-se pelas obras que nesta gerência foram feitas, com as quais enriqueceram as instalações, sobretudo em conforto e espaço, não falando no envolvimento museológico, com o engrossamento de novos livros e de artigos militares, que na generalidade cada um utilizava em momentos difíceis da sua vida de militar.
E a confirmar a justeza da actividade atrás referida, foi o Conselho Fiscal, na voz do seu presidente, José Carlos Trindade Ventura, ao aprovar as contas, a deixar um voto de louvor a todos os elementos dos órgãos directivos, «pela grande actividade e dedicada colaboração prestada à Direcção».
Estas, pelo seu número, como disse o presidente António Vasconcelos, vão-se manter ao longo do ano, com saliência para o convívio de aniversário em 20 de Maio; a presença nas comemorações do 10 de Junho, em Lisboa; no mesmo mês a tradicional sardinhada; presença na Festa de Nossa Senhora do Mont’Alto e na FICABEIRA; a realização de um rali paper, não esquecendo a presença nos monumentos existentes no concelho, a fim de ali se deporem flores em memória dos combatentes falecidos em combate; e no mesmo mês (Novembro), a realização do magusto e a finalizar, a celebração da passagem de ano.
Com uma ou outra alteração e pelas palavras proferidas pelo presidente reeleito, são mais dois anos de luta e de dedicação por uma casa que se quer solidária, mantendo um ambiente de forma a dispor bem a quem ali se deslocar, não deixando de ir ajudando outros que precisam, e sobretudo lutando para que o nome de Arganil seja elevado com a Associação de Combatentes do Concelho. Eis a lista votada por unanimidade e por aclamação:

ASSEMBLEIA GERAL – Presidente, Abel Ventura Fernandes; secretário, António Manuel Ventura Fernandes; secretário-adjunto, Orlando Costa.
DIRECÇÃO – Presidente, António José Travassos de Vasconcelos; vice-presidente, Marílio Ramos Gonçalves; secretário, João Alexandre Mateus Pimenta; secretário-adjunto, Pedro Matos Alvoeiro; tesoureiro, José Augusto Rodrigues Gomes; vogais: José Alberto Leitão Guerreiro, Artur Manuel Travassos Correia, José Fernando Simões e Leonel Ribeiro; vogais-suplentes: José Ricardo André e Romão Gonçalves Mateus.
CONSELHO FISCAL – Presidente, José Carlos Trindade Ventura; secretário, José Travassos de Vasconcelos; vogal, Manuel Marcelino Martins Silva.
À última hora soubemos que, na última reunião da Direcção, ficou aprazada a celebração do aniversário da Associação, que é no dia 3 de Junho 2017.

ZÉ VASCONCELOS.