segunda-feira, 21 de julho de 2014

Antes e Depois - Parte 2

Aqui ficam as fotos dos Obus que nos foram cedidos em protocolo e que embelezam 
a nossa sede e o monumento aos mortos no Ultramar.

ANTES


DEPOIS




Antes e Depois - Parte 1


Aqui ficam as fotos dos Obus que nos foram cedidos em protocolo e que embelezam 
a nossa sede e o monumento aos mortos no Ultramar.



 ANTES 

DEPOIS


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Sarzedo homenageou um Combatente-Comando


Durante as Festas de S. João, no Sarzedo, a Junta de Freguesia e a Associação de Combatentes do Concelho de Arganil homenagearam postumamente mais um combatente, dali natural, falecido em combate na Guiné, no início da década de 70. Chamava-se Amândio da Silva Carvalho.
Foi uma homenagem dupla, porque não só se homenageou o Comando Amândio, como os Combatentes em geral, dado que também foi descerrada uma placa com esse sentido. E neste preito de gratidão, estiveram presentes antigos Comandos (das Associações de Coimbra e Viseu), familiares e muito povo.
Se os presidentes da Câmara Municipal de Arganil, Eng. Ricardo Pereira Alves e da Junta de Freguesia do Sarzedo, Fernando Ferreira Simões, relevaram o sentido da homenagem, com palavras que evidenciam o que foi o papel do Combatentes em terras africanas, o presidente da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, António José Travassos de Vasconcelos, afirmou a dada altura:
«Em primeiro lugar quero agradecer ao Sr. Presidente da Junta de Freguesia do Sarzedo o empenho que sempre demostrou em relação à nossa Associação de Combatentes do Concelho de Arganil em realizar esta homenagem ao Amândio e também a todos os Combatentes do Ultramar. Foi sempre do interesse da nossa Associação, já das anteriores Direcções, que este gesto de gratidão fosse concretizado. Como tal, calhou-me a mim, como representante desta Associação, fazê-lo hoje aqui.
Porém, vamos continuar com a mesma determinação, para que, onde houver camaradas que tombaram ao serviço de Portugal, pertencentes a outras freguesias do nosso concelho, se pratique o mesmo gesto.
O Amândio partiu há muito; mas fica a memória e a saudade. A quem fica compete honrar e lembrar o homem, o militar, o comando. Por isso estamos aqui hoje para o lembrar e nada melhor que o seja na sua terra, desta maneira, a perpetuar-lhe o seu nome nesta singela rua que, tenho a certeza, gostaria de passeá-la se hoje fosse vivo. Afinal, esta foi a sua terra que tanto amava e o viu nascer.
Eu tive o privilégio de conhecer o Amândio ainda na Guiné, mais propriamente em Bissau, quando estava em trânsito por aquela cidade, junto de um grupo de amigos, alguns deles já falecidos. Naquela altura perguntou-me o que fazia por ali, respondendo eu que estava de passagem a fim de vir de férias à Metrópole. Ficou entusiasmado e pediu-me, assim que chegasse a Arganil, visitasse os seus pais e lhe desse um grande abraço por ele e que brevemente, lá para Março ou Abril, estávamos em 1973, viria de todo «para lhes dar aquele abraço». Não me esqueci; e assim que cheguei cá estive nesta terra e na adega do «Ti Amândio» a conversarmos animadamente.
De regresso à Guiné não pude deixar de os visitar, a seu pedido, para me entregar uma encomenda, bebendo eu mais uns copos e saboreando uns petiscos na sua adega».
Cheguei a Bissau e procurei o nosso Amândio. Não o encontrei, imaginando que se encontrasse em operações, segundo informações. Deixei a encomenda a pessoas de confiança e nossas conhecidas, porque entretanto embarquei para o sul aonde estava sediado.
Mais tarde, passados poucos meses deste acontecimento, por correspondência trocada entre pessoas amigas que o Amândio tinha falecido, precisamente em Março ou Abri de 1973, quando devia estar de regresso à nossa terra e foi este o recado que ele me pediu para transmitir a seus pais, uns meses antes.
Caros amigos, o destino por vezes é cruel e ele foi para o militar, para o Comando Amândio. Por isso, Sr. Presidente da Junta de Freguesia, Fernando Simões, este filho do Sarzedo merece esta homenagem. Aliás, todos os nossos mortos o merecem, e é desta maneira que perpetuamos o seu nome, porque ele gostava da terra que o viu nascer.

Que descanse em paz. Até um dia.

E para todos vós, o obrigado sincero pela vossa presença.

Zé Vasconselos