quarta-feira, 27 de setembro de 2017

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Mais de 50 marinheiros fizeram de Arganil a sua base

- Homenageado o saudoso arganilense-marinheiro Fernando Vasconcelos


No domingo, dia 2 de Setembro, foi assinalado o 40.º aniversário do Núcleo de Marinheiros, em cuja cerimónia foi homenageado o principal fundador, Fernando da Costa Vasconcelos, que ainda hoje, conhecido como «O Marinheiro», foi combatente na Índia, em 1961, como fazendo parte da guarnição do navio Afonso de Albuquerque e demais marinheiros, entretanto falecidos.


No domingo, logo de manhã, começaram a aportar à sede do Núcleo, que é também a sede da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, os «Filhos da Escola», a fim de iniciarem a festividade de comemoração dos 40 anos de existência do Núcleo de Marinheiros, que com as famílias trazidas, o número subiu para mais de 70 convivas, entre os quais o comandante José António Rodrigues Pereira, que «se não fosse ele e o comandante António José Costa Mateus, “filho da terra”, não teríamos um museu tão grandioso como o que temos», como afirmou José Gomes, líder do Núcleo.

E em tom festivo, com abraços e o contar de episódios passados, que o presidente da assembleia-geral da Associação, Abel Fernandes, saudou todos os presentes, deixando palavras amistosas para o seu presidente, António Vasconcelos, que não pôde estar presente devido a convalescença por ter sido atropelado. Sentiu-se lisonjeado de mais uma vez sentir «o vosso calor de amizade» e desejou a todos «um dia grande», e foi mesmo…


José Gomes, na sua intervenção, não deixou de recordar o papel que Fernando da Costa Vasconcelos teve na fundação do Núcleo, um «marinheiro que amava a sua terra e não menos a Marinha de Guerra Portuguesa», recordando que foi graças a este arganilense que o Núcleo foi criado, começando por mobilizar os marinheiros do concelho para almoços de convívio, estando presente em aniversários de várias «Escolas», feiras e representações em unidades da «nossa Marinha», mantendo sempre o espírito Naval. Depois de ter tido sido feito prisioneiro na União Indiana, e regressado à sua terra, após libertação, manteve sempre «uma certa irreverência», sendo por isso conhecido, como militar, “Tedyboy”, «era amigo do seu amigo, era um regá-lo ouvi-lo cantar o fado, era um Marinheiro dos sete costados». Ao recordar os restantes «Escolas» - 1.º tenente Fernando Gomes Loureiro, João Alberto César e António Vaz – José Gomes, afirmou que naquele espaço está «em exposição material que nos honra, mostrando a quem nos visita de que a Marinha de Guerra está presente», já que a Associação engloba os três ramos das Forças Armadas – Marinha, Exército e Força Aérea - com representações nos órgãos sociais. Não deixou de nomear os nomes que com ele partilham os deveres do Núcleo: José Guerreiro, Rui Mota, João Pimenta, José Luís Soares.


Se António Campos Fonseca recordou, emocionado, Fernando de Vasconcelos, que a ele deve ter ingressado na Marinha, foi o presidente da Junta de Freguesia, João Travassos, também ele «Escola», a elogiar o trabalho que o Núcleo e a Associação têm desenvolvido em termos de memória e de convívio, sendo mais uma vez com orgulho que vivia este encontro festivo, fazendo votos para que continuem, «porque estes momentos são necessários, porque nos mantêm vivos».

Que sendo «o mais importante são as pessoas», o vereador Prof. António Seco analisou este conceito como momentos que fazem memória, um exemplo de amizade, que foi desenvolvida em momentos bons e maus, num dever em defesa da Pátria, que afinal é reconhecido por todos, não deixando de lembrar que os tempos de hoje são diferentes, «mais perigosos» e salientou o papel das duas colectividades, que envolve união e amizade e deixou a nota: «que todos se sintam bem e que venham sempre».


Depois das intervenções, debandou-se em direcção ao Memorial, onde familiares de alguns marinheiros depuseram ramos de flores, com a declamação do nome de cada um deles com PRESENTE!, seguindo depois para o Mont’Alto, onde no restaurante foi servido um lauto almoço.


quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Feira do Mont'Alto e Ficabeira 2017

Tamos lá a pensar em todos vós
Aguada-mos a vossa visita, stand nº 21




segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A unidade das Associações de Combatentes - Unicidade ou Unidade?

Na inauguração do monumento concelhio de homenagem aos Combatentes do Ultramar de Pampilhosa da Serra, ouvimos o apelo para que as Associações passem a ser Núcleos da Liga dos Combatentes. Ouvimos o mesmo discurso em Sernancelhe perante o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas. A resposta educadamente, para quem as convidou para aquelas cerimónias, e por respeito aos homenageados, não foi dada. Há 4 meses, numa reunião no Ministério da Defesa, as Associações presentes foram confrontadas com a mesma ideia. Só que aí puderam exprimir a sua opinião.
Será legítimo este apelo nestas cerimónias, alongando por um extenso panegírico das realizações da LIGA?
Estou habituado, por quase 40 anos de profissão, a falar e a ouvir, a ter de ouvir quando a outra parte fala, e que esta me ouça quando da minha vez. Obrigatoriamente! Sob pena da decisão ser nula.
A unidade constrói-se: ouvindo sempre, olhando o outro como igual, discutindo os assuntos e agregando esforços para obter consensos, ou quando eles não forem possíveis, prevalecendo o vodo da maioria.
A unicidade tem subjacente a ideia de uma organização única, que se basta a si própria e aos seus e por vezes se quer impor aos outros.
Para quem tem memória e é capaz de discutir ideias sem discutir pessoas, esta foi uma questão essencial da democracia portuguesa nas organizações representativas dos trabalhadores.
Há hoje entre combatentes quem confunda unicidade com unidade, e o faz conscientemente. Mas por quê?
As Associações não são donas dos Combatentes. As Associações não podem nem devem andar a arrebanhar ou sobrepor-se umas às outras. (Há exemplo triste deste procedimento e até no estrangeiro. Nunca publicamente o denunciei, pois entendi que os aderentes o fizeram por decisão deles, bem ou mal informados, ou sem ouvir quem deviam).
Haja a coragem de discutir os assuntos.
No lugar próprio. Com serenidade.
E aprendendo sempre com o passado… para não nos queixarmos dos mesmos erros no futuro.
P’la Direcção da ANCU, - António Ferraz.