Com o encerramento da “Barbearia do Senhor Guilherme”, assim era conhecido este estabelecimento comercial, perde-se mais um espaço arganilense que ao longo de sete décadas os seus trabalhadores desfizeram a barba e cortaram cabelo a muitas gerações de adultos e crianças.
Dentro destas gerações, podem contar-se muitos Combatentes. Nós, por exemplo, agora com 65 anos, passámos também por ela. Sendo a barbearia onde meu tio António ia cortar o cabelo, e obrigatoriamente teria que ser a minha também, porque era ele que pagava, recordo o sempre educado e prestável Sr. António Teixeira, dos Cadavais, que com toda a delicadeza colocava um banquito na cadeira de adultos, para me ele poder cortar o cabelo. E aquelas gotas de brilhantina, no final do corte, que polvilhava sobre a cabeça… Saía dali tão bem cheiroso e com ar de vaidade que toda a gente dava por ela.
Aos sábados, sobretudo, era na Barbearia conhecidas as novidades, as passadas durante a semana e no dia-a-dia de cada um, não faltando as conversas daquilo que cada um iria fazer durante a semana seguinte, caso não fosse segredo… mesmo este, por vezes, era ali espiolhado…
Não posso esquecer também o Sr. Simões, da Sarcina, bem como o António da Ribeira, da Aveia, o Armindo, da Urgueira (S. Martinho da Cortiça) e outros barbeiros que por ali passaram. No entanto, o último que teimou em manter a Barbearia com a porta aberta, foi o amigo Manuel Soares. Foram cerca de 40 anos que esta figura diariamente ali se via, marcando uma antiguidade, sem seguidores.
Como tudo tem um fim, dado que agora até as cabeleireiras fazem esse trabalho, a barbearia começou a definhar em clientela. Por este facto, o amigo Manuel acabou por encerrar as portas no passado dia 30 de Setembro de 2010. A par deste gesto está também o cansaço, que acabou por ditar o encerramento de mais um espaço histórico da praça comercial arganilense.
Recorde-se que o Senhor Guilherme Ferreira Rodrigues, de seu nome completo, que fundou a Barbearia, foi uma figura emblemática da comunidade arganilense. Depois de regressar da I Primeira Grande Guerra (1914-1948), onde foi Combatente, fez parte do corpo clínico do Hospital Condessa das Canas, onde foi, durante dezenas e dezenas de anos, dedicado Enfermeiro. A par com o Dr. Fernando Vale fizeram uma dupla que acabaria por marcar uma época que jamais será esquecida nos anais históricos de Arganil e sobretudo dos Combatentes, pois a totalidade deles tiveram sobre os seus ombros as mãos amigas destes duas figuras que muito nos honram e serviram (e servem ainda) de exemplo a todos nós pela vida fora.
A outra Barbearia, a do Sr. Amorim, que continua a ser explorada pelo antigo empregado Constantino “da Quinta”, ainda se arrasta no tempo, enquanto as forças deste amigo… de bata branca, não enfraqueçam.
Dentro destas gerações, podem contar-se muitos Combatentes. Nós, por exemplo, agora com 65 anos, passámos também por ela. Sendo a barbearia onde meu tio António ia cortar o cabelo, e obrigatoriamente teria que ser a minha também, porque era ele que pagava, recordo o sempre educado e prestável Sr. António Teixeira, dos Cadavais, que com toda a delicadeza colocava um banquito na cadeira de adultos, para me ele poder cortar o cabelo. E aquelas gotas de brilhantina, no final do corte, que polvilhava sobre a cabeça… Saía dali tão bem cheiroso e com ar de vaidade que toda a gente dava por ela.
Aos sábados, sobretudo, era na Barbearia conhecidas as novidades, as passadas durante a semana e no dia-a-dia de cada um, não faltando as conversas daquilo que cada um iria fazer durante a semana seguinte, caso não fosse segredo… mesmo este, por vezes, era ali espiolhado…
Não posso esquecer também o Sr. Simões, da Sarcina, bem como o António da Ribeira, da Aveia, o Armindo, da Urgueira (S. Martinho da Cortiça) e outros barbeiros que por ali passaram. No entanto, o último que teimou em manter a Barbearia com a porta aberta, foi o amigo Manuel Soares. Foram cerca de 40 anos que esta figura diariamente ali se via, marcando uma antiguidade, sem seguidores.
Como tudo tem um fim, dado que agora até as cabeleireiras fazem esse trabalho, a barbearia começou a definhar em clientela. Por este facto, o amigo Manuel acabou por encerrar as portas no passado dia 30 de Setembro de 2010. A par deste gesto está também o cansaço, que acabou por ditar o encerramento de mais um espaço histórico da praça comercial arganilense.
Recorde-se que o Senhor Guilherme Ferreira Rodrigues, de seu nome completo, que fundou a Barbearia, foi uma figura emblemática da comunidade arganilense. Depois de regressar da I Primeira Grande Guerra (1914-1948), onde foi Combatente, fez parte do corpo clínico do Hospital Condessa das Canas, onde foi, durante dezenas e dezenas de anos, dedicado Enfermeiro. A par com o Dr. Fernando Vale fizeram uma dupla que acabaria por marcar uma época que jamais será esquecida nos anais históricos de Arganil e sobretudo dos Combatentes, pois a totalidade deles tiveram sobre os seus ombros as mãos amigas destes duas figuras que muito nos honram e serviram (e servem ainda) de exemplo a todos nós pela vida fora.
A outra Barbearia, a do Sr. Amorim, que continua a ser explorada pelo antigo empregado Constantino “da Quinta”, ainda se arrasta no tempo, enquanto as forças deste amigo… de bata branca, não enfraqueçam.
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