Ocorrida no dia 27 de Maio de 2018, a festa dos 12 anos da
Associação de Combatentes do Concelho de Arganil, como habitualmente,
iniciou-se a partir das 10 horas, com a concentração na sede da Associação; e
enquanto não era chegada a hora para seguir até ao Bairro do Sobreiral, onde se
encontra o Memorial, houve o matabicho, bastante apetitoso, aliás, seguindo-se depois
as intervenções. Foram mais de 130 convivas que acorreram ao Bairro do Prazo, a
fim de celebrarem os 12 anos de existência da Associação de Combatentes do
Concelho de Arganil. E esta celebração teve mais luzimento com a presença de
outras Associações, em número de 13, cujas representações vieram de norte a sul
do país.
Na oportunidade, o presidente da assembleia geral da
Associação, Abel Fernandes, tendo também a representação da Rádio Clube de
Arganil, regozijou-se por ver ali grande número de representações, sinal de que
a Associação de Arganil tem prestígio para lá das suas fronteiras, graças ao
trabalho que a Direcção, «estes rapazes, mantêm esta casa com brio e honra» e
ao ver agora aquele edifício da forma como se encontra, com um museu que é uma
das grandes valias da memória de tempos que serão memória, disse ser «um
orgulho e uma forma de cativar os que vêm de longe e de perto». Saudando de forma
especial as mulheres, as rosas de uma juventude que muito a ajudaram em tempos
difíceis, não deixou de recordar que «a nossa padroeira, Nossa Senhora do
Mont’Alto, foi sempre uma companheira nos bons e nos maus momentos».
Por
sua vez, o Presidente da Direcção, António José Vasconcelos, afirmou que
«todos, em esforço, vivemos esta casa para vos receber», tanto mais que «o
Combatente é já uma mística», pois proporciona que a estes convívios os
Combatentes sejam acompanhados por filhos e netos. Por isso, como disse, «é
esta a vivência de 12 anos que queremos manter, dentro daquele esforço que é necessário
viver para dar seguimento a esta casa». Saudando com amizade as Associações que
vieram até a Arganil, realçou que «estes momentos são importantes para esta
casa, para todos vós e nós, vivendo-a com entusiasmo e alegria». A terminar, o
presidente da direcção não esqueceu o papel que a imprensa de Arganil (falada e
escrita) tem representado para a divulgação das actividades da Associação, desde
a sua fundação.
Representantes de Associações usaram da palavra, como António
Miranda, de Penacova, Dr. Morais, de Viseu e António Carvalho Nunes, de Tábua, os
quais deixaram observações quanto ao esquecimento dos Combatentes por parte do
Governo, de uma luta que vem de longe, sobretudo na conquista do Cartão do
Combatente, que daria algumas regalias particularmente no âmbito da saúde, em
termos de taxas moderadoras e nas bonificações em relação ao IRS.
E deixaram claro que o Combatente, embora em tempo de
paz, continua a lutar não com armas, mas com gestos que lhes proporcione mais
justiça e por isso é necessário estarem unidos para continuar a sua história.
As
palavras do presidente da Junta de Freguesia de Arganil foram de elogio para a
Associação aniversariante, que felicitou pela paixão como encara estas
manifestações, reconhecida e patenteada pelo número de representações de outras
Associações, «vê-se que há um intercâmbio forte que continua a unir esta
mocidade de outrora», deixando ainda a nota João Travassos, que «será bom que o
Poder Central tenha um mínimo de reconhecimento por esta gente, já que o
merecem pelos sacrifícios que passaram».
Sendo filho de um combatente arganilense, o saudoso Luís
Seiroco, que faleceu anos mais tarde por doença, o vereador Eng. Luís Almeida,
não deixou de, emocionado, recordar os episódios vividos em Moçambique, contados
por seu pai, e por isso sentir o que de facto representa para todos os
Combatentes esta Associação, a qual «tem uma importância acrescida para o
concelho», orgulhando-se também a forma como todos trabalham por ela,
salientando dois sinais importantes que «muito nos orgulha: o Museu e o
Memorial». Realçando o convívio, o sentido de partilha, de amor e de histórias
contadas, que nem de perto nem de longe viveram, mas que as ouvem contar, Luís
Almeida disse que embora mais jovem, «temos que reconhecer o papel do
Combatente», e em relação ao poder central afirmou que «não desistam de lutar
pelo que o passado vos deve». Por tudo o que tem feito, referiu que o Município
sabe retribuir o mérito de quem leva bem longe o nome de Arganil e saudando
todos, afirmou: «Voltem sempre a Arganil, porque esta gente sabe bem receber».
Ao chegar ao Memorial, procedeu-se à deposição de ramos e
palma de flores no sopé do Memorial, onde estão inscritos os combatentes do
concelho que morreram em combate nas três frentes ultramarinas. Depois de terem
sido proclamados os seus nomes, como o habitual grito «Presente!», cantou-se o
Hino nacional, seguindo-se depois para o Mont’Alto, onde o Restaurante Pahlato,
como sempre, mimoseou de forma fidalga, os convivas. E a festa terminou em
beleza, com o corte e partilha do bolo de aniversário.
Como referimos atrás foram 14 as Associações representadas no
12.º aniversário da Associação de Combatentes de Arganil: ACUP, de Castelo de
Paiva; ADFA, de Viseu; AFECC (Filhos da Escola), de Cantanhede; de Tábua,
Pampilhosa da Serra, Penacova, Mangualde, Tondela, Via do Conde; AVECO, da
Lourinhã; Delegação de Comandos de Viseu; Góis; Núcleo de Marinheiros de
Aveiro. Representado também o Núcleo Sporting de Arganil.
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