No Dia de Todos-os-Santos, dia de reflexão, dia de visitar e
levar um gesto de saudade aos nossos mortos e deixar, porque não, uma lágrima
de quem, nesta vida, mal ou bem, soube vivê-la à sua maneira, e que os que cá
ficaram a interpretam da forma como a viveu e da forma que hoje a sua
permanência entre nós ainda podia ser útil e generosa. Neste âmbito, também não
são esquecidos os combatentes que tombaram nas matas
africanas, em plena juventude, sobretudo os do nosso concelho.
E sobre os militares que não chegaram com vida à sua Pátria,
à sua terra, porque bala traiçoeira ou acidente o apanhou e lhe roubou a vida,
esses também não são esquecidos, porque a Associação de Combatentes do Concelho
de Arganil, numa romagem de saudade, tem sabido honrar esses jovens, com a
deposição de flores quer nos sinais monumentais onde essa marca está
implantada, quer nos cemitérios onde jazem aqueles que não morrendo na guerra,
acabaram os seus dias entre nós. Se estes foram lembrados nos cemitérios de
Côja – João Alberto César, Augusto Casimiro Calinas e José Marques – de Vila
Cova do Alva – António Paiva – em Arganil foram citados os nomes dos que
pertencem ao concelho; em S. Martinho da Cortiça (Abrunheira), o único natural
daquele freguesia que morreu em combate – António Artur Conceição Pereira – em
Pomares, os quatro que não voltaram com vida e no Valado, o último que não se
sabia onde se encontrava sepultado, vindo agora a saber-se que o 1.º cabo
telegrafista José Henriques Pedro, morto entre Mocimboa da Praia e Diaca,
faleceu em 24 de Maio de 1967 e está sepultado no cemitério de Mocimboa da
Praia.
Estas visitas foram conduzidas por sete elementos da Associação
de Combatentes de Arganil – António Vasconcelos, Manuel Marcelino Silva, José
Gomes, José André, José Guerreiro, Pedro Alvoeiro e José de Vasconcelos. Em
todas as situações de recolhimento, houve palavras relacionadas ao momento,
todas elas sobressaindo as do presidente da Associação, António José Travassos
de Vasconcelos. Em Martinho da Cortiça esteve presente o trio da Junta de
Freguesia, Rui Franco, Manuel Fidalgo e Avelino Figueiredo; em Pomares, o
presidente da Junta de Freguesia, Armando Nascimento, acompanhado do seu
tesoureiro Amândio Dinis e muitas pessoas, incluindo familiares dos nomes que
ali se encontram gravados em lápide; e no Valado, o largo logo à entrada da
aldeia, que tem o nome do José Henriques Pedro, juntaram-se também muitas pessoas,
bem como o presidente da União de Freguesias de Cerdeira e Moura da Serra,
Adelino Almeida, que tanto este como Albino Gomes, amigo de infância do militar
falecido, proferiram palavras de saudade e de amizade, tendo Manuel Silva, como
membro da Associação explicado as démarches que foram efectuadas para se saber
onde está sepultado o corpo de malogrado José Pedro, que seu sobrinho, o juiz
Vítor Manuel pedro Nunes, deixou palavras de agradecimento à forma como não
esquecem a memória de seu tio.
José de Vasconcelos
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