No dia 25 de Agosto de 1974 foram desactivados os DFE's 21, 22 e 23, as
três Unidades de Fuzileiros Especiais Africanos estacionadas em Bolama.
A desmobilização daqueles militares criava uma situação delicada e
melindrosa, já que era uma tropa muito leal e dedicada, que se empenhara
esforçadamente na guerra nos últimos anos e não conseguia entender o
que se estava a passar.
No entanto, o espírito de disciplina
daqueles homens e a confiança que depositavam nos Oficiais tudo
superaram. Inicialmente, comparecera em Bolama uma delegação do PAIGC a
fim de estabelecer contacto com os fuzileiros africanos. Chefiada por um
tal Humberto Gomes, com um discurso de mentalização muito pouco feliz,
não teve qualquer aceitação nem alcançou quaisquer resultados.
Foi
então dada ordem ao pessoal dos três DFE's para formar completamente
equipado, o que cumpriram de imediato. De seguida, foi-lhes dada meia
hora para entregarem todo o armamento distribuído, o que de novo
cumpriram sem hesitação. Era uma situação explosiva que poderia ser
problemática, apenas ultrapassada graças à extraordinária disciplina
daquelas Unidades de eleição.
Apenas ficaram retidas 10
espingardas automáticas G3 e algumas pistolas por cada DFE, que se
destinavam à segurança das instalações, material e pessoal
metropolitano.
Sendo-lhes oferecida a hipótese de regressar a
casa com as famílias e haveres - os fuzileiros africanos faziam-se
acompanhar nas suas deslocações pelos familiares mais próximos e muitos
dos seus haveres - e receber a totalidade dos vencimentos até ao mês de
Dezembro, inclusivé, ou em alternativa, de poderem ser integrados na
Marinha do PAIGC, a totalidade dos homens optou pela desmobilização.
Após terem sido integralmente pagos do que se lhes havia prometido, a
maioria do pessoal embarcou numa LDG que largou com destino a Cacheu e
Bissau.
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