segunda-feira, 19 de novembro de 2012


No dia 25 de Agosto de 1974 foram desactivados os DFE's 21, 22 e 23, as três Unidades de Fuzileiros Especiais Africanos estacionadas em Bolama. A desmobilização daqueles militares criava uma situação delicada e melindrosa, já que era uma tropa muito leal e dedicada, que se empenhara esforçadamente na guerra nos últimos anos e não conseguia entender o que se estava a passar.

No entanto, o espírito de disciplina daqueles homens e a confiança que depositavam nos Oficiais tudo superaram. Inicialmente, comparecera em Bolama uma delegação do PAIGC a fim de estabelecer contacto com os fuzileiros africanos. Chefiada por um tal Humberto Gomes, com um discurso de mentalização muito pouco feliz, não teve qualquer aceitação nem alcançou quaisquer resultados.

Foi então dada ordem ao pessoal dos três DFE's para formar completamente equipado, o que cumpriram de imediato. De seguida, foi-lhes dada meia hora para entregarem todo o armamento distribuído, o que de novo cumpriram sem hesitação. Era uma situação explosiva que poderia ser problemática, apenas ultrapassada graças à extraordinária disciplina daquelas Unidades de eleição.

Apenas ficaram retidas 10 espingardas automáticas G3 e algumas pistolas por cada DFE, que se destinavam à segurança das instalações, material e pessoal metropolitano.

Sendo-lhes oferecida a hipótese de regressar a casa com as famílias e haveres - os fuzileiros africanos faziam-se acompanhar nas suas deslocações pelos familiares mais próximos e muitos dos seus haveres - e receber a totalidade dos vencimentos até ao mês de Dezembro, inclusivé, ou em alternativa, de poderem ser integrados na Marinha do PAIGC, a totalidade dos homens optou pela desmobilização. Após terem sido integralmente pagos do que se lhes havia prometido, a maioria do pessoal embarcou numa LDG que largou com destino a Cacheu e Bissau.

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